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06/01/2021 às 17:50 | Atualizada: 06/01/2021 às 18:54

Mercado da soja está em “modo racionamento” após Argentina suspender exportações

Edyeverson Hilario

Atentos à crescente demanda por grãos, o mercado global de soja está em “modo racionamento”, em vista da baixa oferta e seca que afetou a produção da Argentina. Conjuntura que resultou no “rally” mais forte de preços do cereal dos últimos anos. É o que afirmou o chefe da gestão da cadeia de suprimentos da Cargill, Joe Stone, nesta quarta-feira (6).

Durante um encontro online, realizado por uma empresa americana, o gestor disse que “vamos precisar racionar. A extensão de quanto vamos precisar racionar provavelmente será uma função do clima que vemos na Argentina”. Apesar da afirmação, Joe não deu detalhes de como esse racionamento ocorreria. Vale lembrar que os "hermanos" são o terceiro maior produtor do grão no mundo, ficando atrás apenas do Brasil e Estados Unidos.

Além desse fator, os players têm notado um crescente aumento nos preços dos grãos e oleaginosas, que tem disparado à medida em que a China e outros países aceleram a compra dos cereais. Demanda causada por preocupações com a segurança alimentar e redução da oferta em áreas de produção agrícola ao redor do mundo, principalmente com o clima adverso na américa latina – responsável por grande parte da produção e venda de alimento para o restante do mundo.

Parte dessa preocupação se dá em razão da Argentina ter suspendido as exportações de milho até março deste ano, com a premissa de conservar o abastecimento doméstico. Além disso, a Rússia impôs tarifas sobre as exportações de trigo e soja, com o intuito de frear o aumento dos preços da comida no país.

A China, por sua vez, registrou recordes na compra de grãos. O que também resultou em recorde para o Brasil, já que o país exportou quase toda a sua produção, tendo que, inclusive, comprar soja dos Estados Unidos, para não ficar completamente desabastecido.

Essas mudanças resultaram em um superávit da safra global nos últimos anos, que com ofertas restritas, levou os preços de referência da soja para máximas na bolsa de Chicago.
Com informações da Agência Reuters Brasil
 
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