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14/01/2021 às 12:30 | Atualizada: 14/01/2021 às 12:30

Com avanço do coronavírus, Estado e município adiam decisão sobre retorno das aulas

Camilla Zeni

A Prefeitura de Cuiabá e o Governo do Estado se reuniram, separadamente, nesta quinta-feira (14), com representantes da Educação para avaliar o modelo de retorno às aulas neste 2021, considerando a pandemia da Covid-19. Contudo, nenhum dos entes públicos chegou a uma decisão.

No cenário estadual, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) esteve reunida com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), deputados estaduais e federais, representantes do Ministério Público e da educação. No encontro, os representantes do Sintep e Conselho da Educação defenderam a continuação das aulas remotas, considerando a falta de segurança para os alunos e profissionais, caso o sistema híbrido fosse adotado.

O presidente estadual do Sintep, Valdeir Pereira, que foi contrário ao retorno presencial, avaliou ser necessário aprimorar as aulas remotas que foram iniciadas em 2020. Em sua visão, a adoção de aulas híbridas também significa aulas presenciais, de forma a colocar todos os envolvidos em movimento.

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“O sistema híbrido prevê um revezamento, e isso é mais agravante ainda, porque você tem um momento que o estudante foi hoje para a escola e amanhã já é outro grupo. Entre o primeiro dia de sintoma e até que tenha a confirmação da doença desse estudante, você tem uma proliferação tão rápida da doença que pode entrar em colapso”, ponderou o sindicalista, descartando a adoção do sistema híbrido.

O secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, também afirmou, categoricamente, não ser recomendado o retorno das crianças às salas de aulas nem mesmo de forma híbrida, e apontou o aumento dos casos confirmados de covid-19. 

Conforme Gilberto, também é possível que Mato Grosso não consiga absorver toda a demanda hospitalar que poderá se projetar nas próximas semanas, considerando que os dados têm apontado crescimento de 2 a 3% na taxa de ocupação das UTIs por dia. 

“O Governo de Mato Grosso entende que não é recomendável o retorno presencial das aulas. Nesta tendência, com uma média de 2 a 3 percentuais de aumento por dia, em 15 dias nós não teremos leitos de UTI disponível. Só isso bastaria para tomarmos a decisão que não há ambiente seguro para retorno presencial das aulas no Estado de Mato Grosso”, informou, durante a coletiva de imprensa.

De acordo com o secretário de Educação, Alan Porto, uma nova reunião deve ser feita nessa sexta-feira (15), para apresentação de uma enquete que foi feita com os pais e responsáveis. Além disso, uma decisão definitiva deve ser apresentada. Antes, porém, ele informou que os estudantes também deverão ser ouvidos sobre o retorno das aulas presenciais.

Aulas em Cuiabá 

Em Cuiabá, o Comitê de Enfrentamento da Covid-19 tem se reunido desde a semana passada para deliberar sobre o assunto. O ponto chave dos debates é definir se as crianças deverão retornar às salas de aula, e, se sim, diariamente ou de forma híbrida, ou se permanecerão com aulas remotas, conforme adotado em 2020. 

Para o presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Estado (Sinepe), Gelson Menegatti, as aulas regulares devem ser retomadas já no próximo 1º de fevereiro. Na reunião, o representante defendeu um sistema híbrido, com 50% da lotação das salas e rodízio dos estudantes, podendo ser diária ou semanalmente.

“Não só na educação infantil tem dado certo, como em todos os cursos livres, nas escolas de idioma, nas aulas práticas de saúde de curso superior, e acredito que esse é o caminho da retomada da educação neste ano de 2021”, defendeu. 

A proposta ainda vai ser analisada pela Prefeitura de Cuiabá após o recebimento de um plano de ação do Governo Federal em relação a vacinas contra a covid-19, segundo o secretário municipal de governo, Luís Cláudio Sodré.
 
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