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16/01/2021 às 10:33

Entenda por que o oxigênio é essencial para pacientes com Covid-19

Por Juliana Contaifer, do Metrópoles

O Brasil vem acompanhando cenas desoladoras vindas de Manaus, no Amazonas, onde os suprimento de oxigênio estão acabando. As cirurgias foram canceladas, pessoas precisaram ser transferidas para atendimento em outros estados, celebridades se uniram para doar tanques do gás para abastecer a capital amazonense e muitos pacientes morreram nas últimas 24h.

O oxigênio é imprescindível para a vida. No corpo humano, uma vez que o gás entra no sistema, é absorvido e levado pelas hemácias para todos os tecidos do corpo. As células não funcionam sem a substância e, se não há oxigênio suficiente, começam a morrer.

No caso de pacientes com Covid-19, a infecção causada pelo coronavírus provoca uma inflamação no pulmão, que não consegue absorver com sucesso o gás. A suplementação de oxigênio é importante para garantir que a substância chegue às hemácias e o corpo continue funcionando enquanto o sistema imunológico luta contra a invasão do vírus.

“Todo o tratamento do paciente com Covid-19 gira em volta do oxigênio. É o principal tratamento, e 99% dos pacientes que internam precisam dele. Tudo o que fazemos é para aumentar a capacidade do pulmão de receber oxigênio”, explica o infectologista Leandro Machado.

Segundo ele, não há como tratar pacientes com coronavírus sem oxigênio. Quando falta o gás, como acontece em Manaus, a pessoa morre asfixiada, sem conseguir respirar.

Para regularizar a respiração, o paciente normalmente começa a respirar mais rápido para aumentar a quantidade de ar inalada. Caso não seja suficiente, o corpo troca o ritmo da respiração por um mais profundo. Porém, o movimento é cansativo e não pode ser levado por muito tempo.

O oxigênio hospitalar tem uma concentração maior do gás do que se encontra na atmosfera, e, por isso, é usado para ajudar o corpo a se recuperar. Em alguns casos, é suficiente que o paciente receba o gás de forma menos invasiva, com um respirador acoplado ao nariz. Em quadros mais severos, é preciso intubar e a pessoa fica ligada a um ventilador que insere o ar dentro do corpo.

Caso o suprimento artificial de ar seja interrompido, as células param de receber o oxigênio e morrem. O paciente, então, pode falecer por asfixia. Mesmo se o gás for reposto, a pessoa pode sofrer com sequelas causadas pelo tempo sem a substância.
 
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