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19/01/2021 às 18:03 | Atualizada: 20/01/2021 às 08:26

Emanuel defende obrigatoriedade de vacinação contra a covid-19; Mauro não vê possibilidade

Camilla Zeni

O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), e o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), estão, novamente, em lados opostos, mas, dessa vez, quanto à obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19. Enquanto o primeiro defende que todos os cidadãos devam se imunizar, o segundo aponta que ainda não é possível fazer a determinação.

Para Emanuel, a vacinação contra a covid-19 é “obrigação moral”, considerando os riscos da doença e a alta transmissibilidade.

“A vacina deveria ser obrigatória porque é uma questão de saúde pública e coletiva. Se a doença atingisse você e você não tivesse nenhuma responsabilidade com a vida do próximo. Mas aí você é infectado e tem uma vida normal, coloca em risco a vida de seus familiares e de quem não tem nada a ver, então, em virtude da característica coletiva e impessoal, pra mim ela deve ser obrigatória”, ponderou o prefeito, durante lançamento da campanha de vacinação contra a covid-19 em Cuiabá, na tarde de segunda-feira (19). 

Apesar da posição, o prefeito não defende que a obrigatoriedade da vacinação esteja atrelada a serviços essenciais e constitucionais, como a exigência da vacinação para o uso do transporte público ou para a matrícula dos filhos nas escolas. 

“Eu defendo que seja obrigatória, mas não a ponto de privar a liberdade de quem quer que seja. Existem medidas mais eficientes, como, por exemplo, a conscientização de todos e outras obrigações que não afetem o direito de ir e vir do cidadão. São medidas que devem ser melhor estudadas”, comentou depois.

Contudo, para o governador, o Estado não pode obrigar a população a se vacinar uma vez que sequer tem vacina suficiente para atender a todos.

“Como temos uma escassez muito grande [de vacinas], seria inócuo falar em obrigatoriedade. É ruim falar quando não tem disponibilidade. Ai se diz: ‘então tá bom, tá aqui meu braço, me vacina’, e não temos vacina? Então, vamos falar em obrigatoriedade quando tivermos disponibilidade para ofertar à população”, criticou o governador, durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (19).

O governador ainda reforçou que, por enquanto, a vacinação é factual, sendo feita por grupos prioritários e determinadas fases. Contudo, garantiu que não fará “estoque de vacina”, caso o público-alvo não se vacine no momento previsto. “Vamos passar para os próximos grupos”, garantiu.

Discussões na Assembleia

Atualmente, a Assembleia Legislativa recebeu projetos com as duas opiniões para a população de Mato Grosso. De um lado, o presidente da casa, deputado Eduardo Botelho (DEM), defendeu a obrigatoriedade, alegando que “não há outra maneira banir esse terrível vírus que nos assola”. Do outro lado, o deputado Silvio Fávero (PSL) defende que a população decida se quer ou não se vacinar. Ele próprio afirmou não ter certeza sobre o assunto.

Apesar da campanha de vacinação já ter começado, os projetos de lei apenas deverão ser apreciados na Assembleia no retorno das atividades parlamentares, previsto para o início de fevereiro.
 
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