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08/02/2021 às 07:38

Emanuelzinho diz que votou em Lira contrariado e avalia saída do PTB

Camilla Zeni

O deputado federal Emanuelzinho Neto (PTB) confessou ter votado contrariado para a eleição do deputado Arthur Lira (PP-AL) à Presidência da Câmara dos Deputados, em Brasília  (DF). A sessão de votação foi realizada no dia 1º de fevereiro, e o candidato recebeu 302 dos 503 votos.

De acordo com o parlamentar, o voto foi um direcionamento do partido, que tem posição favorável ao governo Bolsonaro. Lira, que representa o centrão, era apoiado pelo presidente. Já Emanuelzinho é mais próximo de Baleia Rossi, candidato do MDB. 

“De certa forma, ideologicamente constrangido, [votei] no Lira”, confessou à imprensa, na quinta-feira (4). O parlamentar não esconde a insatisfação com as imposições do partido, principalmente em razão dos direcionamentos pró-governo.

“Hoje o PTB tem uma adesão incondicional ao presidente Bolsonaro. Não acho que ele seja cheio de defeitos, ele tem suas virtudes e defeitos dele, como qualquer um. Sem discutir o mérito, o que é bom pro Brasil. Você impor candidaturas é complicado”, avaliou.

Na visão do deputado, a sigla não tem conseguido fazer um trabalho independente, avaliando as pautas separadamente ao apoio declarado para o governo.

“Seguir o partido é algo que está até me fazendo rever as posições partidárias do PTB. Existem defeitos, também, no Governo Federal. Existe falta de diálogo, descaso com a pandemia, uma série de defeitos que os aliados incondicionais do presidente da República parecem que não enxergam, e eu não posso compactuar com isso. De certa forma, isso tem me incomodado”, concluiu.

Emanuelzinho também confessou que não está excluída a possibilidade de deixar o partido, no qual se filiou em 2018, quando iniciou na vida política. 

A contrariedade à posição do partido não parece ser exclusiva de Emanuelzinho. Segundo o líder do partido, deputado Nivaldo Albuquerque (AL), havia parlamentares que não apoiavam a eleição de Lira, mas, em razão da bancada ser pequena, uma decisão em consenso precisou ser tomada. 

"Temos uma bancada pequena e, como uma bancada pequena, não pode ficar dividida nunca. Alguns deputados estavam em dúvida, mas conseguimos chegar a um consenso, a uma unanimidade", disse em entrevista à imprensa nacional.
 
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