12/02/2021 às 10:46 | Atualizada: 12/02/2021 às 10:52
Justiça nega nova perícia e cobra entrega de armas da família Cestari
Camilla Zeni
O juiz Murilo Moura Mesquita, da 8ª Vara Criminal de Cuiabá, negou pedido de Marcelo Martins Cestari e Gaby Oliveira Cestari para a produção de nova perícia nas armas e estojo que envolvem o assassinato da adolescente Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos.
Em sua decisão, da tarde de quinta-feira (11), o magistrado também reforçou as medidas cautelares de entrega das armas de fogo da família e a suspensão imediata da autorização para prática de tiros, caça e coleção de armas.
Marcelo e Gaby Cestari são pais da adolescente de 15 anos condenada pela morte de Isabele. A menina foi assassinada com um tiro no rosto, dentro da casa da família Cestari, no condomínio de luxo Alphaville 1, em Cuiabá.
Os pais da adolescente são acusados de omissão e negligência em relação ao porte de arma de fogo, além de fraude processual, corrupção de menores e homicídio culposo. Segundo o Ministério Público, menores de idade teriam acesso fácil às armas na casa.
O juiz negou a realização de nova perícia, apontando que não há relação entre a prova que se pretende produzir e as condutas atribuídas aos réus. O magistrado observou que abrir a permissão para nova prova acaba se misturando com fatos apurados em processos distintos, o que "apenas tumultuaria o bom andamento deste feito".
"Ao mesmo raciocínio se chega no tocante ao pedido versado no item 12 (petição id. 45052310), na medida em que não há nenhum nexo causal entre a prova que se pretende e as condutas atribuídas aos réus neste processo, seja em relação ao homicídio culposo, à fraude processual, à posse de armas ou à corrupção de menores", completou o juiz.
As armas e o armazenamento delas no estojo fizeram parte da investigação sobre o crime. Isso porque depoimento da acusada apontava uma versão que, segundo perícia oficial, mostrou-se impossível.
Condenação
A filha do casal, de 15 anos, foi condenada, em outra ação, a três anos de internação em razão da morte da adolescente. Desde a sentença, por ato infracional análogo a homicídio, assinada no dia 19 de janeiro pela juíza Cristiane Padim da Silva, da 2ª Vara Especializada da Infância e Juventude de Cuiabá, a menor está internada no Centro de Ressocialização Menina Moça, no bairro Carumbé, em Cuiabá.
A defesa da adolescente já recorreu no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal. No entanto, todos os pedidos foram negados.
A morte
Isabele Guimarães Ramos foi morta aos 14 anos, em 12 de julho do ano passado, no condomínio de luxo Alphaville I, em Cuiabá. Ela passava a tarde de domingo na residência da família Cestari, seus vizinhos de condomínio. À noite, um disparo frontal efetuado por uma das filhas da família, e, até então, sua melhor amiga, tirou-lhe a vida.
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