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18/02/2021 às 08:30

João Batista questiona membros de comissão e cita desconfiança entre ‘representantes de servidores’

Camilla Zeni

Depois da criação de uma comissão especial, na Assembleia Legislativa, para tratar de mudanças na contribuição previdenciária de aposentados e pensionistas de Mato Grosso, o deputado estadual João Batista do Sindispen (Pros) questionou a definição de seus membros. Isso porque a maioria dos “negociadores” é formada por parlamentares que compõem a base do governo.

A comissão foi criada após intensos debates envolvendo o Projeto de Lei Complementar n. 36/2020, que foi aprovado com o mínimo de votos necessários e, depois, vetado pelo governo. Em sessão no dia 10 de fevereiro, esse veto foi colocado para votação, mas não recebeu votos suficientes para garantir a promulgação da lei. 

Conforme o deputado, a composição dessa comissão foi escolhida exclusivamente pelo presidente da Mesa Diretora, deputado Eduardo Botelho (DEM). Foram escolhidos os deputados Dilmar Dal’Bosco (DEM), Carlos Avalone (PSDB), Xuxu Dal’Molin (PSC), Max Russi (PSB) e Allan Kardec (PDT), além de Botelho.

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“Essa comissão não vai ser negociadora. Vai ser uma comissão que vai fazer a linha entre os parlamentares e os servidores que devem se mobilizar na assembleia, e o governo. Acredito que, por isso, deveria ter mais deputados a favor dos servidores”, comentou o parlamentar.

João Batista emendou que, no entanto, a votação em relação ao veto do PLC fez com que o grupo de representantes dos servidores dentro da Assembleia fosse colocado em xeque. “Com essa votação aí você já fica um pouquinho com pulga atrás da orelha. Já pensa: será que os representantes dos servidores estão realmente tão comprometidos assim?”, acrescentou.

A inconsistência na votação do PLC 36 também ecoa nos corredores da ALMT. Isso porque, da tribuna, 12 deputados garantiram que votaram a favor de derrubar o veto e, com isso, fazer a proposta entrar em vigor. Além desses, outros dois parlamentares que não estavam na sessão também teriam votado nesse sentido. 

Entretanto, o painel da Assembleia anotou apenas 11 votos pela derrubada do veto e 12 para sua manutenção, que foi deferida. Esse fato levou o deputado Lúdio Cabral (PT) a pedir uma auditoria no sistema, para apurar se houve alguma falha ou se deputados estariam “faltando com a verdade”.
 
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