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07/03/2021 às 09:07 | Atualizada: 07/03/2021 às 09:17

Preparação da Arena Pantanal é um dos maiores desafios no 1º semestre para Secel

Kamila Arruda

Enquanto a cultura mato-grossense sofreu com os efeitos da pandemia, o futebol mato-grossense deve ter um 'boom' neste ano de 2021 por conta da ascensão do Cuiabá para a primeira divisão do campeonato brasileiro. E quem está à frente do desafio de amenizar a crise no setor cultura e ainda promover avanços nas políticas de esporte é o secretário Alberto Machado, que comanda a pasta de Cultura, Esporte e Lazer. 

Como forma de alívio para classe cultura veio a Lei Aldir Blanc que dispoibilizou recursos para amenizar a crise no setor, já com relação ao esporte, o Governo do Estado já começa a se articular, principalmente no que se refrere à Arena Pantanal, que deve ser palco de grandes jogos no decorrer deste ano.

O secretário de Esporte de Mato Grosso, Alberto Machado (DEM), conversou com o Leiagora e acredita que preparar a Arena Pantanal para os jogos do Brasileirão será um dos maiores desafio da pasta neste primeiro semestre, mas prefere não falar em valores.

Leiagora - Cuiabá está na série A e o governo fala em fazer investimentos na Arena para adequar pros jogos do Brasileirão, mas de quanto seria o valor deste investimento e o que na prática precisa ser feito?

Alberto Machado - Estamos vivendo um momento muito especial com o Cuiabá na série A, e o Governo do Estado agora assume, cada vez mais essa missão de colocar a Arena Pantanal em condições de receber os jogos, de receber os times, de receber os jornalistas de todo o Brasil e, principalmente de proporcionar uma experiência agradável, saudável na Arena. Então, a ativação total dessa Arena vai ser o grande desafio dos próximos dias. O governador Mauro Mendes nos deu a missão de que a gente faça todo o investimento necessário para colocar a Arena, realmente, como protagonista entre os aparelhos públicos estaduais.

Leiagora - Outro ponto é que a Arena não é efetivamente de propriedade do estado, ela ainda está sob o domínio da construtora, esse dinheiro investido seria ressarcido pela empresa? Como está esta situação da Arena hoje? Quem de fato administra o estádio?

Alberto Machado - Essa questão jurídica da Arena Pantanal está sendo conduzida pela Procuradoria do Estado, e eu acredito que logo logo nós teremos uma solução em relação a isso, mas até lá a gente não pode ficar de braços cruzados esperando a Arena se deteriorar cada vez mais. Ainda mais se avizinhando os jogos da série A, os jogos importantes. Precisamos dar condições de uso tanto para quem vem disputar os jogos e a imprensa, e principalmente para a população.

Leiagora - Outra preocupação é com relação ao Centro de Triagem, ele será retirado do local? Quando? E seria levado para onde?

Alberto Machado - Sem dúvida, o centro de triagem da Covid-19 é um case, funciona muito bem, é um exemplo a ser seguido. Já houveram jogos da série B, e nos dias dos jogos o horário de funcionamento diminuía, mas muito provavelmente, enquanto não houver os jogos com público, eu acho que o centro de triagem permanece na Arena. Agora, quando começar os jogos com público é um caminho natural que o centro de triagem seja encaminhado para outro local. Mas é uma coisa muito proporcional, porque a hora que liberar o público é sinônimo de que a pandemia está num controle um pouco maior. Então, é automático que a necessidade do centro de triagem diminua um pouco, e nós vamos fazer esse acompanhamento com muita sensibilidade para entender.

Leiagora - Atualmente, o Dutrinha é de propriedade da Prefeitura, mas existe alguma negociação para que ocorram jogos do Estadual no Dutrinha? 

Alberto Machado - O Dutrina realmente pertence a prefeitura e a negociação dos jogos estaduais no Dutrinha é uma negociação que deve estar ocorrendo entre a Federação Mato-grossense de Futebol e a Prefeitura Municipal. Mas eu acho bastante lúdico que aconteçam jogos lá. A estrutura de funcionamento do Dutrinha realmente é mais adequada para jogos que talvez, ocasionalmente, não venham um público muito grande. Então, eu acho um importante aparelho esportivo que precisa ser utilizado da melhor forma possível.

Leiagora - Já com relação à cultura, o segmento recebeu um auxílio com a Lei Aldir Blanc, mas o que o estado fez e pretende fazer para atender os artistas que foram afetados pela pandemia? 

Alberto Machado - A Lei Aldir Blanc é um divisor de águas da cultura do Brasil e não só de Mato Grosso. São quase R$ 3 bilhões que foram destinados aos trabalhadores e trabalhadores da cultura de todo o Brasil e deste valor, um pouco mais de R$ 50 milhões foi destinado a Mato Grosso, dividido entre prefeituras e o governo do Estado. Com a carga do Governo do Estado nós fizemos cinco editais num valor total de R$ 5,3 milhões, e Mato Grosso foi um dos poucos estados que conseguiu fazer um acesso de 100% desse recurso.

É um recurso importante, a cultura foi um dos segmentos mais impactados com essa pandemia, sem duvidas foram os primeiros a parar e os últimos a voltar a sua normalidade. Então, o acesso a esse recurso vai promover a fagulha para reaquecer a chama da cultura no estado do Mato Grosso. Nós estamos agora vivendo o período da execução desses projetos.

Nós teremos os próximos quatro meses de muito cultura, de muito aquecimento cultural. Em paralelo à execução, nós fizemos uma cartilha de acompanhamento, fizemos também um grupo de acompanhamento de prestação de contas para que o produtor cultural faça bom uso desses recursos, e também consiga tirar suas dúvidas e prestar contas. Afinal de contas é dinheiro público e a gente precisa acabar de vez com essa imagem de que o setor cultural não tem responsabilidade para com o uso do dinheiro público.Isso é um erro, e em função disso estamos fazendo com muito carinho esse acompanhamento.

Eu estive recentemente em Brasília, juntamente com a bancada federal pedindo uma prorrogação do prazo da execução na prestação de contas da lei, porque nós temos um estado com muitos municípios, cada um com uma vigência sanitária, e isso dificulta um pouco as execuções dos projetos, mas eu penso que isso é uma demanda de todo o Brasil, logo o presidente deve dar uma sinalização com relação a isso. 

Leiagora - Há muito tempo se discute pela classe artística de MT como são reféns do recurso público por falta de apoio da iniciativa privada. Há alguma forma do governo conceder isenção para empresas que financiam projetos culturais? Isto já é feito de alguma forma? 

Alberto Machado - Acho que essa é uma discussão que precisa ser feita de uma forma mais ampla, a mola propulsora para essa retomada. Não acho que seja tão simples e raso em pensar que são reféns do poder público por falta de apoio da iniciativa privada. Nós temos segmentos que vivem muito bem apenas com a iniciativa privada. A cultura é muito ampla, muito plural, mas é fundamental que o estado sempre busque soluções para facilitar, indique o caminho e seja indutor de soluções para o setor cultural. O poder público está ai para ajudar e o apoio da iniciativa privada também é importante. Então, a gente vai buscar formatos e isenções para que a gente possa auxiliar a construção de projetos cultural.

Leiagora - Já tem algum plano de continuidade desses projetos depois do recurso emergencial da Lei Aldir Blanc 
e serão abertos editais estaduais também para fomentar o setor?

Alberto Machado - A Lei Aldir Blanco ela vem exatamente falar disso, ela é a mola propulsora para essa retomada. A partir de excelentes projetos que foram contemplados em todo o estado, nós teremos os dividendos disso, uma cultura sendo divulgada, sendo executada, os produtores culturais, os prestadores de serviço tendo oportunidade de reaquecer as suas turbinas do tempo que ficaram parados. Eu acredito que naturalmente isso já reacenda esse fazer cultural no estado de Mato Grosso. Mas em paralelo a isso, nós também estaremos fazendo no decorrer do ano novos editais, novos chamamentos, para cada vez mais ampliar os trabalhos na cultura e, possibilitar aos trabalhadores da cultura, cada vez mais, buscar soluções para o fazer cultural.
 
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