Imprimir

Imprimir Notícia

19/03/2021 às 13:00

Lesões do menino Henry teriam ocorrido entre 12h a 48h antes de exame

Metropoles

No laudo complementar da necropsia do menino Henry Borel Medeiros, quando investigadores pedem mais informações aos peritos, agentes da 16ª DP (Barra da Tijuca) tiveram algumas respostas para as dúvidas sobre a morte misteriosa da criança de 4 anos, que aconteceu no Rio de Janeiro, no dia 8 de março.

Segundo peritos, as lesões encontradas no corpo de Henry teriam a acontecido entre 12 a 48 horas antes do exame, realizado logo após a morte do menino, no Instituto Médico Legal (IML).

Perguntado pelos policiais se as lesões poderiam ser oriundas de alguma manobra de reanimação ou do socorro prestado à vítima, os legistas afirmam que “algumas podem ter sido causadas na tentativa de socorro e que equimoses (extravasamento de sangue dos vasos sanguíneos da pele que se rompem formando uma área de cor roxa) em crianças são muito comuns”.

Os peritos responderam ainda que Henry não apresentava sinais de maus-tratos.

No depoimento na 16ª DP (Barra da Tijuca), a mãe do menino, Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida, afirmou aos investigadores não ter encontrado nenhuma marca anormal no corpo do filho.

Ela conta que, ao chegar da casa do pai, teria dado banho no garoto e não ter percebido qualquer machucado. E que Henry também não teria reclamado de nenhum ferimento ou dor.

De acordo com o laudo de exame de necrópsia, a causa da morte do menino foi hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente. Segundo especialistas ouvidos pelo Metrópoles, ação contundente significa agressão.

Entenda o caso

O menino Henry Borel Medeiros morreu no último dia 8 de março, em um hospital da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Segundo o pai, Leniel Borel, ele e o filho passaram um fim de semana normal.

Por volta das 19h do domingo (7/3), o pai o levou de volta para casa, onde morava com a mãe, Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida, e com o médico e vereador do Rio Dr. Jairinho.

Ainda segundo o pai de Henry, por volta das 4h30 de segunda, ele recebeu uma ligação de Monique falando que estava levando o filho para o hospital, porque o menino apresentava dificuldades para respirar.

Ao chegar ao hospital Barra D’Or, Monique e Dr. Jairinho informaram ao pai da criança que eles ouviram um “barulho estranho durante a madrugada e, quando foram até o quarto ver o que estava acontecendo, viram que a criança estava com os olhos virados e com dificuldade de respirar”.

Leniel afirma que viu os médicos tentando reanimar o pequeno Henry, sem sucesso. O menino morreu às 5h42, segundo boletim de ocorrência registrado pelo pai da criança.

Investigações

Como parte da investigação da morte de Henry, agentes da 16ª DP (Barra da Tijuca) fizeram uma espécie de reconstituição do último dia do menino, no domingo, quando estava em companhia do pai. Eles recolheram imagens de câmeras do circuito interno de um shopping onde o garoto foi a um parquinho, e do condomínio em que Leniel Borel morava.

Na quarta-feira (17/3), Monique e Dr. Jairinho foram ouvidos, separadamente, por cerca de 12 horas na 16ª DP. De acordo com a polícia, a mãe e o namorado só foram ouvidos nove dias depois do crime porque Monique estaria em estado de choque, sob efeito de medicamentos.

A equipe médica do hospital que Henry foi atendido também prestará depoimento. Investigadores querem saber em que condições o menino chegou ao pronto-socorro.
 
 Imprimir