A possibilidade de lockdown em Mato Grosso divide opinião entre deputados estaduais. Parte acredita que essa seja a medida mais eficaz para reduzir a taxa de incidência do vírus no Estado. Outros defendem que essa não é a saída e só irá penalizar a população, especialmente o setor comercial e produtivo.
Durante a sessão plenária realizada nesta segunda-feira (22), os deputados Dr. João (MDB), Janaína Riva (MDB), Faissal Calil (PV), Ulysses Moraes (DC), Elizeu Nascimento (PSL) e Xuxu Dal’Molin (PSC) usaram a tribuna para se posicionarem contra a medida.
Dr. João e Faissal, inclusive, colocam que a solução para o entrave vivenciado na saúde pública por conta da pandemia é ampliar o atendimento médico hospitalar.
“Essa é a melhor saída. Cadê os hospitais de campanha? Nosso povo está sofrendo. Não é fechar o comércio, isso não vai dar certo. Vamos aumentar o atendimento”, colocou o parlamentar do PV.
Para Xuxu, o Governo do Estado precisa criar mecanismos para aumentar o distanciamento entre as pessoas, e não o isolamento. Além disso, pede uma participação mais efetiva da Assembleia na tomada de decisões.
“Precisamos estar unidos. A Assembleia tem que dar uma resposta firme e objetiva do que a população está nos cobrando. Nós temos um problema sério de saúde pública, começamos a ter problema de fome, e já já teremos problemas de violência. Não temos como fazer que milhares de UTIs sejam abertas do dia para a noite, mas poderemos abrir mais centros de triagem como da Arena. Temos que aumentar o distanciamento e não o isolamento”, sugeriu.
Por outro lado, os deputados Romoaldo Junior (MDB) e Ludio Cabral (PT) afirmam que são a favor do lockdown.
“O isolamento social é necessário mais uma vez, mas um isolamento de verdade, quarentena, 24 horas, ao longo de 14 dias, para que haja impacto de verdade na taxa de contagio. Isolamento acompanhado de medidas econômicas, segurança alimentar e fiscalização para evitar aglomeração”, disse o parlamentar petista.
O emedebisa, por sua vez, reconhece que o fechamento do comércio e demais atividades é ruim para as categorias, mas frisa que alguma medida tem que ser tomada.
“Eu acho que tem que ampliar um sistema de saúde, mas não é fácil implementar uma UTI de uma hora pra outra. Não acredito em números oficiais, temos muito mais pessoas contaminadas. Ninguém quer fechar comércio e indústria, é ruim, mas não podemos continuar assim. A população não está se cuidando, estão aglomerando. Isso é ruim, transmite, tira vida”, finalizou.
O lockdown surgiu como alternativa nesta final de semana. O governador Mauro Mendes (DEM), inclusive, convocou uma reunião com as prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande e também com os deputados estaduais para tratar sobre o assunto.
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