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29/03/2021 às 10:16 | Atualizada: 29/03/2021 às 13:59

Prefeitos de cidades polos debatem combate à covid e anunciam novas medidas ainda hoje

Kamila Arruda

Diante da recomendação expedida pelo Governo do Estado na última semana, os prefeitos das cidades polos do Estado se articulam para decretar novas medidas visando o combate à covid-19 a partir desta segunda-feira (29). No entanto é possível que os gestores contrariem o governador Mauro Mendes (DEM) e não proponhem a quarentena. 

Os gestores dos municípios de Cuiabá, Cáceres, Juína, Tangará da Serra, Barra do Garças, Alta Floresta, Várzea Grande e Rondonópolis se reuniram na manhã deste domingo (28) por videoconferência para debater o assunto. O deputado federal Emanuelzinho Pinheiro (PTB) também participou do encontro.

A intenção foi debater sobre ações para o enfrentamento ao contágio pelo novo coronavírus, respeitando a realidade de cada município. Partindo disso, foi elaborado um ofício com as medidas construídas pelos gestores, o qual deverá ser divulgado hoje (29).

Vale ressaltar, porém, que o prefeito de Várzea Grande, Kalil Baracat (MDB), já editou um decreto nesse fim de semana implantando a quarentena e permitindo os serviços essenciais, dentre eles, salão de beleza e academias, que já constam no decreto federal. 

Para o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), é fundamental a restruturação da saúde nos municípios, evitando assim a penalização da população e a alta demanda na capital do estado em razão da desassistência aos municípios do interior, gerando um “efeito cascata” mediante a alta demanda em cidades polo. 

Para se ter ideia da gravidade da situação, neste domingo, 214 pessoas de todo o estado estão na fila de espera por um leito de UTI para Covid-19. Desse montante, 75% são oriundas do interior do Estado.

Pinheiro reforça que os gestores municipais estão angustiados e indignados com a situação atual, onde o Governo do Estado atribuiu aos municípios toda a responsabilidade, mas não investiu, não socializou os recursos e nem os direitos, apenas os deveres.

“Estão fazendo de cada município uma panela de pressão, no momento que estamos enfrentando a maior crise sanitária da história. Sobram para os municípios as responsabilidades, mas faltam a eles o respeito, dialogo, recursos e condições políticas e administrativas para a tomada de decisões”.

Com dez leitos de UTI exclusivos para covid, o prefeito de Juina, Nicolas Veronese, descreveu que mesmo com a fiscalização intensa para evitar aglomerações, entende que o fechamento completo das atividades não vai refletir no comportamento das famílias. “Percebemos que são realizadas reuniões com 15, 20 familiares, o que incide na contaminação. Sou contra o fechamento”, afirmou.

José Carlos do Pátio (SD), prefeito de Rondonópolis, disse que considera injusta qualquer tentativa de penalização aos gestores municipais frente a todo esforço empenhado no combate ao contágio. “Não é justo. Quando fechei tudo no ano passado, me acusaram, apontaram irresponsabilidade. Mas não arrependo. Fiz o correto pensando na população", analisou. 

Pátio aproveitou ainda a presença do deputado federal Emanuelzinho (PTB) para cobrar uma articulação junto ao governo Federal para agilizar o envio das vacinas. Isto porque, atualmente, Mato Grosso é o penúltimo no ranking de recebimento de doses do imunizante contra a covid.

Os gestores das cidades de  Sorriso, Sinop e Confresa não conseguiram participar das discussões em razão de problemas técnicos. Em Sinop, o prefeito Roberto Dorner também já editou decreto seguindo as recomendações de quarentena no município. 
 
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