31/03/2021 às 16:05 | Atualizada: 31/03/2021 às 16:19
Cuiabá fala em desrespeito e pede que Justiça suspenda 57 liminares de UTI
Leiagora
Para garantir que a fila de espera do SUS seja respeitada, a Prefeitura de Cuiabá pediu que o Tribunal de Justiça de Mato Grosso suspenda 57 liminares que determinam a internação imediata de pacientes, sem observância da fila dos hospitais e da central de regulação. Pelo menos 183 pessoas aguardam uma vaga em UTIs no estado de Mato Grosso.
De acordo com a Procuradoria Geral do Município, o excesso de decisões liminares, além de ferir o princípio da isonomia e o conhecimento técnico de profissionais da saúde, também fere o planejamento e a execução da política pública de combate à pandemia, refletindo na organização dos recursos humanos e financeiros.
“O paciente não pode ser priorizado por ter judicializado sua causa. Imperioso que se respeitem padrões técnicos, médicos e cronológicos, protegendo a isonomia do sistema. O gestor não pode ser compelido a internar um paciente menos grave porque ele obteve a decisão judicial favorável. Tal medida cria um SUS de duas portas”, argumenta a PGM, em ação protocolada nessa terça-feira (30).
As 57 ações nas quais o município pede a suspensão foram autuadas no mês de março e se deparam com a falta de possibilidade de serem cumpridas pelo SUS, em razão do colapso provocado pelo elevado índice de contágio pelo coronavírus.
Confome o 12º Informe Epidemiológico de 2021 da Prefeitura de Cuiabá, a ocupação dos leitos de UTI na Capital tem atingido 100% nas duas últimas semanas de março, sendo que a média de novos casos semanais no mês foi de 2.058,8 mil pessoas.
“Diante da impossibilidade de cumprimento de todas as medidas deferidas, o Município de Cuiabá propõe o presente pedido de suspensão, pois estas decisões trazem enormes prejuízos ao interesse público e coletivo, já que desrespeitam o direito dos demais pacientes devidamente regulados pelo SUS, que aguardam a vaga na fila, além de desorganizar a gestão da política pública de combate à pandemia, que não depende apenas de recursos financeiros, mas principalmente de profissionais”, pede o município.
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