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05/04/2021 às 07:31 | Atualizada: 06/04/2021 às 06:09

Presidente do Coren-MT questiona capacidade técnica de enfermeira que denunciou hospital

Eduarda Fernandes e Marina Martins

O presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT), Antônio César Ribeiro, afirma que a técnica de enfermagem Amanda Ribeiro Benício - que denunciou suposta negligencia médica ocorrida no Hospital São Judas Tadeu, em Cuiabá - não tem capacidade técnica para avaliar a conduta médica.

“O que nós podemos adiantar: ela é uma técnica de enfermagem e eu não acredito na capacidade técnica, na perícia técnica dela para questionar uma competência que é do médico. Ela é uma profissional de nível médio”, pontua em entrevista ao Playagora, nesta segunda-feira (5).

Ele conta que começou a receber informações dessa situação desde a tarde da quinta-feira (1º). “Como não deu tempo de encaminhar por ser feriado de Sexta-Feira Santa e veio final de semana, retomamos hoje pela manhã. E aí tivemos notícia através de alguns sites e vídeos de whats, inclusive da própria profissional denunciando as situações do hospital”.

Amanda acusa o hospital de praticar maus-tratos contra pacientes, de falta de insumos e também acusou um fisioterapeuta de fazer um procedimento errado no major PM Thiago Martins de Souza, que faleceu no último domingo (4) em decorrência da covid-19.

Nesta segunda, uma equipe de fiscalização do Coren foi até o hospital nesta tarde para verificar a denúncia. O presidente do Coren-MT esclarece que Amanda é técnica de enfermagem, e não enfermeira. Portanto, uma profissional de nível médio. “E eu não vejo ela com competência legal e nem técnica para avaliar conduta médica com relação ao encaminhamento de tratamento”.

Antônio Ribeiro avalia que a situação narrada por Amanda carece de detalhes e lembra que ela responde a um processo no Coren, protocolado pela Santa Casa de Cuiabá, pois ao deixar de trabalhar no local no ano passado, também fez acusações da mesma natureza contra a unidade.

“Então a gente coloca em atenção. É o nome de uma organização hospitalar que está em questão, o nome da equipe médica do hospital, da própria enfermagem. E segundo a enfermeira, responsável técnica do hospital, essa profissional tem demonstrado comportamento, que inclusive o padrão mental dela fica em dúvida. E acho que a gente tem que ter muita responsabilidade nesse momento e aguardar que fatos sejam levantados para ver o que se pode fazer”, pontua.

Ainda na denúncia, a técnica de enfermagem narra que o hospital “amarra” pacientes no momento de fazer a intubação, mas Antônio corrige. Diz que o termo correto é a contenção de pacientes e que a prática é usada em situações muito particulares, e com objetivo de proteger o paciente contra quedas quando este se encontra em estado de confusão mental.

“Um paciente que vai ser intubado, o procedimento inicial é a medicação sedativa, não se intuba alguém sem a sedação. Nem um ser humano suportaria a introdução de um tubo na sua traqueia sem que ele esteja sedado. Isso é uma reação automática, ele vai rejeitar o tubo”, explica.
 
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