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08/04/2021 às 11:11

Há 3 dias MT registra mais de 100 mortes e tem a 3ª maior taxa de mortalidade do país

Eduarda Fernandes

Há três dias, Mato Grosso registra mais de 100 óbitos por dia em decorrência da covid-19. A crescente de casos fez com que, apenas nesta primeira semana de abril, fossem notificadas 671 mortes no Estado, deixando-o com a terceira maior taxa de mortalidade do país, com 232 óbitos por 100 mil habitantes. Está atrás apenas do Amazonas (293 óbitos por 100 mil habitantes) e Rondônia (246 óbitos por 100 mil habitantes).

Paralelo a isso, nos últimos 10 dias, após uma crescente no número de internações nos leitos hospitalares, Mato Grosso começou a registrar uma pequena queda no número de pacientes hospitalizados. Em 28 de março eram 2.427 pacientes internados e no último boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde, na tarde dessa quarta-feira (7), esse número reduziu para 2.117, sendo 1.281 em leitos de enfermaria e 836 em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), tanto públicos quanto privados.

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Outro dado estatístico é relacionado à taxa de ocupação, específica para leitos de enfermaria pactuadas pelo SUS.  Em março a taxa estava em 66%, com 531 pacientes internados, e ontem registrou 56%, e com 491 pessoas internadas. Uma queda de 10% no número de pacientes internados em leitos de enfermaria.
Já os leitos de UTI públicos pactuados pelo Estado, por outro lado, seguem com taxa de ocupação sempre acima de 96% e com uma fila de espera por vaga com mais de 100 pessoas.

Neste contexto, o deputado estadual e médico sanitarista Lúdio Cabral (PT) afirma que é necessário nos guiarmos pela ciência para enfrentarmos de forma adequada a pandemia, evitando o negacionismo e dos falsos dilemas que transformaram o Brasil no pior país do mundo na gestão da pandemia, e Mato Grosso no estado com a 3ª maior taxa de mortalidade do país.

“A pandemia de covid-19 já dura um ano e um mês, desde a declaração de pandemia feita pela OMS. É uma tempestade mais longa do que esperávamos, e ainda vai durar muito tempo. Esse prolongamento da tempestade se deve à falta de um enfrentamento adequado da pandemia, potencializado pelo negacionismo e por falsos dilemas. Essas falsas dicotomias precisam ser superadas. Não existe conflito entre medidas sanitárias e economia. É a falta de medidas sanitárias eficientes que levou ao prolongamento da crise econômica”, afirmou Lúdio.

Para superar isso, o parlamentar recomenda que o poder público e a sociedade civil definam ações, orientados por especialistas em epidemiologia e infectologia. “A ciência tem que ser nosso farol para sairmos da tempestade da pandemia. Precisamos de um plano de gestão de longo prazo da pandemia no nosso território”, disse.

Lúdio reforçou, mais uma vez, a necessidade de os governos decretarem medidas sanitárias eficientes acompanhadas de medidas de proteção econômica à população e aos setores mais vulneráveis, além de fortalecer o sistema público de saúde e acelerar a aquisição e aplicação das vacinas. Ele destacou ainda a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) no combate à pandemia.

“Sem um sistema público e universal de saúde, teríamos vivido uma tragédia muito maior. O SUS tem que ser fortalecido e os trabalhadores da saúde têm que ser respeitados e valorizados. Neste Dia Mundial da Saúde, em 7 de abril de 2021, precisamos refletir sobre o que precisa ser feito a partir de agora para enfrentar a pandemia, depois do aprendizado que temos que colher com os poucos acertos e muitos erros cometidos até aqui. O Brasil é o pior país do mundo na gestão da pandemia e Mato Grosso é o 3º estado do país em mortalidade, o que reflete a precariedade do enfrentamento à pandemia no nosso território”, analisou.
 
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