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11/04/2021 às 08:00 | Atualizada: 11/04/2021 às 08:00

302 anos de Cuiabá: Emanuel fala dos desafios, vacinação e entrega de obras inacabadas

Kamila Arruda

Cuiabá completou 302 anos no dia 8 de abril e o Leiagora pediu para o prefeito da capital, Emanuel Pinheiro (MDB), falar sobre os desafios que tem enfrentado, quais são os projetos, como administrar em meio uma pandemia, os investimentos para saúde e educação, além claro, da polêmica sobre a construção do BRT ou VLT. 

Emanuel defendeu a vacinação em massa, mesmo sem previsão da aquisição  de novas doses por parte da prefeitura, apoiou o movimento que quer inserir os professores no grupo prioritário e também falou sobre a previsão de entrega de obras que ficaram inacabadas ainda da primeira gestão. 

Confira a íntegra da entrevista 


Leiagora - Prefeito, Cuiabá completou 302 anos, o que senhor esperava e não foi possível realizar?
 
Emanuel - O que eu esperara era os inúmeros desafios mesmo, de uma cidade pujante, desenvolvida e emergente como Cuiabá, que tem ainda grandes discrepâncias sociais, e que precisa ter uma gestão mais presente das pessoas, mais estratégica com mais sensibilidade. Recebemos uma cidade sem planejamento adequado para o futuro e tivemos que, pelo menos nesse aspecto de planejamento de desenvolvimento urbano e econômico, iniciar do zero um projeto para os próximos 30 anos. Essa é uma meta nossa de deixar como legado para a cidade.
 
Do que eu não esperava era a pandemia, que me surpreendeu, e creio que surpreendeu os gestores do mundo inteiro, pois nenhum de nós estávamos preparados para a pandemia. Ninguém tinha em seu plano de governo o enfrentamento à maior crise sanitária da história. Mas com muito amor por Cuiabá e com o apoio da nossa equipe e da população cuiabana, apesar das perdas e dos traumas, estamos avançando e vamos imunizar a população e conseguir vacinas para todos e vencer essa pandemia. 
 
Leiagora - A pandemia já completou um ano e agora o desafio é garantir a vacinação da população. Como tem sido administrar Cuiabá neste um ano, qual foi o maior desafio?
 
Emanuel - Primeiramente a gente faz o que gosta. Então, eu sou uma pessoa de bem com a vida, tenho orgulho da terra que eu nasci e a cada dia agradeço a Deus por ter me dado essa oportunidade de ser eleito e reeleito prefeito dessa terra, dirigindo os destinos de uma capital tão emergente de nosso pais.
 
Segundo, eu sou uma pessoa do bem otimista, acredito em Cuiabá e no povo cuiabano e tenho essa missão, de levar a nossa cidade para o ponto seguro, rumo ao progresso e ao desenvolvimento, a inclusão e justiça sociais, e agora mais do que nunca, ao enfrentamento à maior crise sanitária da história.
 
Em terceiro vem a minha fé inabalável em Deus, como todo cuiabano sou um homem devoto e sempre recorro às bênçãos de nosso santo padroeiro Bom Jesus de Cuiabá.
 
Cuiabá não pode parar e não vai parar. Cuiabá é uma cidade talhada ao sucesso, a nossa população merece tudo de bom e do melhor. Nós definimos uma prioridade única que é o combate, a guerra à pandemia, e temos uma prioridade das prioridades que é vacinar toda a população cuiabana. Essa é a arma eficaz para vencer essa guerra. Mas enquanto isso não acontece, com segurança e responsabilidade, respeitando as medidas de biossegurança, temos que seguir adiante, porque Cuiabá não pode parar.
 
E agora nesse período de aniversário de Cuiabá, devemos entregar até o final do mês o viaduto Murilo Domingos na Avenida Beira Rio, o segundo viaduto entregue exclusivamente com recursos da Prefeitura de Cuiabá. O primeiro foi entregue por mim também, o viaduto Juca do Guaraná (pai) na Avenida das Torres. 
 
Vamos entregar o viaduto, vamos entregar o Dutrinha, vamos avançar nas obras do Mercado do Porto e esse ano ainda, entrego totalmente requalificado o símbolo, o ícone da nossa cultura, que é o Mercado do Porto.
 
Vamos entregar novas praças revitalizadas para o embelezamento da cidade e qualidade de vida da população. Uma das próximas a ser entregue é a tradicionalíssima praça do Cai Cai, que é uma praça histórica da nossa cidade, que foi revitalizada respeitando toda sua história.
 
Vamos entregar também inúmeros bairros asfaltados como o sol nascente, El Dourado, João Bosco Pinheiro, Jardim Paliceia e São João Del Rey. Todas essas obras e as demais que estão sendo feitas ou serão feitas só foram possíveis porque eu tenho o apoio político da Câmara de Cuiabá. 
 
Quero agradecer ao nosso presidente Juca do Guaraná, ao nosso líder Marcrean e vice-líder Kassio Coelho. Tenho o apoio da Assembleia Legislativa e agradeço a parceria do deputado Max Russi, e tenho o apoio da bancada federal, o senadores Jayme e Wellington, o deputado Carlos Bezerra, mas principalmente o deputado federal Emanuelzinho, que tem arrumado muitos recursos para Cuiabá, especialmente na área da saúde, e ajudado a combater a pandemia.

Com esses recursos federais eu evito tirar dinheiro da fonte 100, e posso investir em uma melhor qualidade de vida dos cuiabanos: c
omo o Contorno Leste e o HMC, que foi o legado da minha primeira gestão.

Agora, o Contorno Leste é a menina dos olhos de ouro da minha segunda gestão, dentre tantas outras que vou entregar à população cuiabana. O Contorno Leste é uma obra que vai virar a página da nossa cidade, em padrão de obra estruturante, de solução de transito, de mobilidade urbana, de desenvolvimento econômico e social, de explosão de uma região desconectada do restante da cidade. Vai beneficiar mais de 50 bairros, mas de 150 mil pessoas e vai interligar uma região esquecida de Cuiabá, valorizando não só a questão imobiliária, mas uma valorização na vida das pessoas.
 
Leiagora - Na área as saúde, quais serão os investimentos?
 
Emanuel - Neste ano, até julho, estou entregando a UPA Leblon. Estamos caprichando nela, e vai ser a segunda UPA que entrego durante minha gestão, e a quarta UPA de Cuiabá. Com isso, a nossa população fica em uma situação privilegiada no que tange a cobertura secundária.
 
Vamos entregar a Unidade Básica de Saúde do Jardim Imperial II, a Unidade Básica de Saúde do CPA IV, a Unidade Básica de Saúde do Nico Baracat. Essas são as obras que serão entregues de imediato. Daqui até julho todas essas serão entregues, e temos tantas outras que estamos fazendo e iremos dar sequência a essas obras, como por exemplo as Unidades Básicas de Saúde do Real Parque, Jardim Passaredo, Drº Fábio e Umuarama.
 
Leiagora - Um dos assuntos debatidos durante a campanha foi o déficit de vagas nas creches. E na área da educação, quais foram os investimentos?
 
Emanuel - Estamos adiantando, acelerando a criação de, pelo menos, mais cinco Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI's), abrindo aí, no mínimo, cerca de 1,2 mil vagas na educação infantil, diminuindo assim a demanda que é muito grande e aumentando a oferta que era baixa. 
 
Estamos também avançando nos Centros Educacionais Infantis Cuiabanos (Ceics). Queremos entregar nos próximos dois anos, no mínimo, 10 Ceics para a nossa cidade. É bom ressaltar que, mesmo com a suspensão das aulas presenciais por conta da pandemia, nós não suspendemos a merenda escolar.

É bom frisar também que, as aulas presenciais foram suspensas, mas o ensino e aprendizagem no município não foram suspensos, as aulas remotas continuam, e com a graça de Deus, caindo a incidência da Covid-19, em maio iniciaremos as aulas de forma hibrida.
 
Leiagora – Qual a sua opinião sobre o projeto de lei que tramita na Assembleia Legislativa, o qual visa incluir a educação no rol de atividades essenciais do Estado?
 
Emanuel - Eu já defendia no meu decreto de 02 março, antes de sofrermos toda esse atropelamento dos decretos do governo do Estado. Nesse decreto eu já tinha autorizado a volta as aulas com segurança, e que estava sendo exemplo tanto na rede pública quando na rede privada de ensino. Sou a favor da volta as aulas com segurança total, seguindo todas as normas de biossegurança.

Quando estava funcionando estava indo bem. Em fevereiro estavam sendo feitas aulas remotas, em março o ensino privado em aulas hibridas com 50% da capacidade da sala de aula, estava um sucesso absoluto, e a rede pública a partir de 3 de maio aulas hibridas. Ai veio os decretos a suspensão das aulas, mas eu sou a favor de que as aulas voltem com segurança.
 
Leiagora - Algumas escolas não estão preparadas para o retorno das aulas. O Sintep é totalmente contra a volta às aulas. Como o senhor está se preparando para isso?
 
Emanuel - Sou solidário à preocupação do Sintep, mas acho que a gente pode ajudar a solucionar essa situação colocando os profissionais da educação como grupo prioritário da vacinação. Agora, que se promete ampliar a entrega com uma número significativo de doses por semana para os municípios, eu acho que ao lado dos garis, com a força de segurança, trabalhadores do transporte coletivo, mais do que nunca devem ser prioritários. Então, eu defendo que esse movimento ganhe força até para que possamos voltar as aulas.
 
Leiagora – O senhor era deputado na época da discussão sobre o VLT. Por que, o senhor acredita, este modal não foi concluído? E o senhor ainda acredita que Cuiabá ainda vai ter este modal? Se sim, em quantos anos?
 
Emanuel - Decisão política, quando quer o gestor faz. Eu cheguei aqui, o pronto-socorro era um esqueleto a céu aberto, com 15% do esqueleto erguido e transformei no maior hospital do Estado de Mato Grosso. Está lá, referência nacional. 
 
A UPA Verdão nem esqueleto era, está lá, foi entregue. Daqui dois meses entrego a UPA Leblon. O Nico Baracat estava parado, coloquei recurso da Prefeitura, sem ser responsabilidade nossa, quase R$ 5 milhões e concluímos a obra e hoje atendemos 1,6 mil famílias.
 
O asfalto do Jardim Vitória, Jardim União e Jardim Florianópolis estavam paralisadas há oito anos quando assumi a gestão. Eram obras da gestão anterior no programa PAC. Eram obras abandonas, eu assumi o compromisso e está lá.
 
Está faltando decisão política e competência para terminar as obras do VLT. Foram mais de 1 bilhão investidos nessa obra já, rasgaram Cuiabá e Várzea Grande. 
 
O que eu quero agora é que se ouça a população. A proposta do deputado federal Emanuelzinho é perfeita, o plebiscito. Chegou em um patamar que depois de tanto recurso público gasto, uma obra abandonada, judicializou de tudo quanto é jeito. Então, o governador sozinho não tem autoridade nem legitimidade de resolver, só a população que tem a autoridade de dizer o destino dessa obra.
 
Eu sou a favor do VLT, mas já que querem mudar, que ouçam a população cuiabana.
 
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