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29/04/2021 às 10:48 | Atualizada: 29/04/2021 às 11:20

Base dá mais uma 'rasteira' na oposição e cria CPI dos Contratos

Kamila Arruda

A Câmara de Cuiabá instaurou mais uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) nesta quinta-feira (29). A base governista mais uma vez conseguiu desestabilizar a oposição e emplacar mais um procedimento para investigar todos os contratos firmados pelo Poder Executivo desde janeiro de 2013 até abril deste ano, com a intenção de apurar, inclusive, a gestão de Mauro Mendes (DEM) como prefeito de Cuiabá. 

“Vamos investigar todos os contratos emergenciais e não emergenciais firmados de janeiro de 2013 a abril de 2021. Vamos pegar as duas últimas gestões da nossa cidade, e fazer o que já deveríamos ter feito há muito tempo: investigar todos os contratos”, justificou o vereador Chico 2000 (PL), autor do requerimento que deu origem a CPI.

A instauração desse procedimento representa um novo baile nos parlamentares de oposição. Isto porque, a intenção foi minar a propositura feita pelo vereador Marcos Paccola (Cidadania), que visava abrir uma CPI no Legislativo Municipal para investigar os contratos firmados pelo poder Executivo durante a pandemia do coronavírus (Covid-19).

Em mais de 30 dias, o oposicionista não garantiu assinaturas suficientes para implantar a investigação no Parlamento Cuiabano. Além dele, assinaram a CPI os vereadores Diego Guimarães (Cidadania), Dilemário Alencar (Podemos), Edna Sampaio (PT) e Michelly Alencar (DEM). Porém, de acordo com regimento interno da Casa de Leis, são necessárias, no mínimo, nove assinaturas para abertura de um procedimento investigatório.

“Trata-se da mesma propositura que eu já propus e a grande maioria disse que não assinaria. Essa Casa de Leis precisa mudar a conduta, se não mudar os processos teremos os mesmo resultados sempre. Temos que colocar a mão na consciência e parar com essa história de quem é o autor, quem fez. Temos que parar de revanchismo pessoal e ver o que a população esta clamando. Nós precisamos dar transparência às nossas ações”, reclamou Paccola que foi mais além e disse que a CPI proposta por Chico poderia perder o objeto.

O parlamentar ironizou o fato de os vereadores da base não terem assinado o requerimento de sua autoria. “Para não assinar o meu requerimento eles [vereadores] disseram que analisar todos os contratos emergências do período da pandemia seria arriscado e perderíamos o objeto”, disse.

Chico, por sua vez, rebate e garante que a sua CPI será especifica. “Essa CPI só tem um objeto que são os contratos. Eu fiz questão de estabelecer que são contratos emergenciais ou não. Portanto o risco que o senhor se referiu, eu, particularmente, não o vejo”, devolveu.

Esse é o segundo olé dado pela base do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) nos vereadores de oposição. Nesta semana, os parlamentares governistas garantiram a criação da CPI dos Medicamentos, fruto da fiscalização promovida pelos oposicionistas na semana passada.
 
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