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24/05/2021 às 14:20 | Atualizada: 24/05/2021 às 14:20

Justiça desbloqueia imóvel de R$ 3,9 milhões de servidor denunciado por esquema com Silval

Camilla Zeni

O juiz Bruno D'Oliveira Marques, da Vara de Ação Civil Pública e Popular de Cuiabá, deferiu parcialmente o pedido de desbloqueio de um imóvel de R$ 3,9 milhões em nome de Cláudio Takayuki Shida. Ex-superintendente da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, ele é acusado de participação no esquema criminoso investigado na Operação Seven, articulado pelo ex-governador Silval Barbosa. 

Na Justiça, Shida apontou que o imóvel bloqueado não seria apenas dele, mas de sua família, sendo que ele teria direito a apenas 1/24 avos do valor do imóvel. Ainda conforme o ex-servidor, a casa, localizada em São Paulo, está vazia e, em razão do alto custo de manutenção, a família deseja vendê-la. Para tanto, é necessário levantar a indisponibilidade decretada no imóvel. 

O servidor alegou que, apesar do valor de venda ser de R$ 3.966.845,00, segundo a Prefeitura de São Paulo, o fato do imóvel estar vazio, precisando de reforma, e localizado em uma área com crescente violência faz com que a casa perca valor. Então, ele apresentou um valor médio de R$ 1.676.533,33 e sugeriu repassar à Justiça o valor correspondente a sua parcela na venda do imóvel. 

Entretanto, segundo o juiz, o mesmo imóvel foi localizado em site de venda na internet pelo valor de R$ 2,1 milhões. Dessa forma, ele considerou esse valor final para calcular a parcela devida pelo servidor e deferiu parcialmente o pedido. Para o desbloqueio do imóvel, porém, Carlos Shida deve fazer um depósito de R$ 87,5 mil.

A decisão do dia 14 de maio foi publicada no Diário de Justiça Eletrônico desta segunda-feira (24).

Operação Seven

Na Operação Seven, desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), descobriu-se que o grupo criminoso, formado por 16 pessoas, teria levado o governo a comprar um imóvel de 727,9 hectares, fazendo a desapropriação da área, de propriedade do empresário Filinto Corrêa da Costa, por um valor que estaria superfaturado em R$ 4 milhões. Ao todo, foram pagos R$ 7 milhões.

O objetivo, segundo o governo, era a expansão do Parque Estadual das Águas, localizado em Cuiabá, mas as investigações apontaram que, no entanto, não havia comprovação dos limites da área comprada, sendo que, para o Ministério Público, havia a possibilidade de que o terreno pudesse ser do próprio Estado.
 
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