A fim de fazer com que os deputados estaduais mantenham o posicionamento inicial e derrubem o veto do governador Mauro Mendes (União) garantindo assim a permanência dos mercadinhos nos presídios de Mato Grosso, o desembargador Orlando Perri está preparando um dossiê para apresentar aos parlamentares, que mostra a realidade das unidades prisionais do estado.
Munido de relatos de presos e de relatórios produzidos por juízes do sistema prisional, o integrante do Judiciário de Mato Grosso quer expor aos deputados que os suprimentos fornecidos pelo governo do Estado são insuficientes, de péssima qualidade e faltam itens essenciais.
Em entrevista ao AgoraPod, o desembargador citou como exemplo os presídios femininos, onde as reeducandas estão sofrendo com falta de absorvente. Segundo ele, as presas precisam provar que estão menstruadas para receberem o material, isso quando tem.
Além disso, Perri afirma que presos da Penitenciária Central do Estado precisam compartilhar o mesmo sabonete e escova de dentes, devido à falta dos insumos.
“Preso perde sua liberdade, mas não a sua dignidade. Preso precisa ser tratado com respeito, não pode ser tratado como animal, sob pena de sair pior do que entrou”, disparou Perri.
Caso a Assembleia Legislativa mantenha o veto do governador, o desembargador aposta em uma enxurrada de liminares para garantir a manutenção dos mercadinhos.
“Não tenho dúvidas de que liminares vão pipocar por todo o estado de Mato Grosso, porque a realidade é que está faltando o elementar para os nossos reeducandos”, disse.