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06/09/2019 às 10:18

Ter empatia não basta

m defesa de uma “individualidade” e do “amor próprio”, há relacionamentos cada vez mais superficiais, onde se apresentam dificuldades de estabelecer vínculos e compromissos de qualidade

Hoje, muito se fala em ter empatia, sendo esta, inclusive, a meta de muita gente. Sobre esta empatia, que anda bastante na moda, entende-se a capacidade de se colocar no lugar do outro, de modo a enxergar o mundo pela perspectiva daquela pessoa, a fim de acolhê-la e compreendê-la. 

Ocorre que, na contramão deste discurso empático, tem crescido uma cultura egoísta, individualista, que tem distanciado as pessoas. Em defesa de uma “individualidade” e do “amor próprio”, há relacionamentos cada vez mais superficiais, onde se apresentam dificuldades de estabelecer vínculos e compromissos de qualidade. 

Dessa forma, a empatia que o mundo tem pregado não se apresenta como suficiente para que as pessoas realmente vivam uma mudança significativa (para melhor), ou para a guinada na qualidade dos relacionamentos. Isso porque – mesmo que não seja essa sua intenção explícita – ao apenas se colocar no lugar do outro, pode-se estar reforçando, inclusive, sua permanência num estado/condição desfavorável, uma vez que o elemento respeito aqui considerado é sobre como o outro lê o mundo e o modo como lida com ele. 

Ora, considerando que vivemos num mundo cheio de contrariedades, adversidades, doenças, perdas, abandonos, enfim, muitos são os dissabores, conclui-se que apenas ter empatia não é suficiente para que as pessoas sejam felizes e sintam que sua vida tem sentido. É preciso ter atitudes que possibilitem a salvação das circunstâncias desfavoráveis em que a pessoa se encontra. 

Assim, mais do que nos colocarmos no lugar do outro, precisamos ir ao encontro e efetivamente dar vida à outra vida. Nossa vida precisa oxigenar a vida de outras pessoas, para que estas não se afoguem na escuridão amarga de um mundo individualista. 

Ou seja, a caridade é a solução! E o que é a caridade senão o amor posto em prática? Só o amor realmente salva! Quando nos colocamos a serviço, paramos de buscar ser o centro das atenções, incluindo-nos numa convivência ecológica e sadia, de quem verdadeiramente patrocina vida por onde vai. 

O amor é a sanidade pela qual buscamos, e ele só encontra razão de ser quando é para o outro. “Ser” mais é amar mais, servir mais, e a empatia é só uma fatia desse bolo. Bora viver!!!


 

Yago Crepaldi

Yago Crepaldi
Life Coach - pelo Instituto Brasileiro de Coaching, palestrante, advogado e professor na Universidade do Estado de Mato Grosso.
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