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Artigos / Colunas / Dr. Anderson Santos Botti

20/04/2024 às 15:29

Dia Nacional da Tontura

O dia 22 de abril, foi escolhido pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia (ABORL-CCF) como o “Dia Nacional da Tontura”, que tem como objetivo incentivar o correto diagnóstico e tratamento da tontura que é considerada um sintoma de doenças como a labirintite, por exemplo. 

A data homenageia o otologista austríaco Robert Bárány pela sua grande contribuição para a Otoneurologia.

A tontura é o nome que se dá à sensação de desequilíbrio, com ou sem vertigem e pode ou não vir acompanhada de sintomas auditivos como zumbido ou diminuição temporária da audição.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmaram que o problema atinge cerca de 30% da população mundial, contudo, é importante ressaltar que as causas não são sempre as mesmas. 

A tontura pode estar relacionada, até mesmo, a doenças cardiovasculares, metabólicas, neurológicas, alterações emocionais e na coluna cervical.

Especialistas destacam que diversas doenças diferentes do labirinto humano, órgão sensorial que detecta os movimentos, também podem ser a causa do problema e que cada uma delas possui um tratamento específico podendo ser, inclusive, medicamentoso.
O labirinto é um órgão sensorial que detecta os movimentos, é graças a ele que somos capazes de sentir o carro, trem ou o avião se moverem.

A população não deve negligenciar o sintoma, que se caracteriza por sensações de desequilíbrio, parecer que se está flutuando ou sentir o ambiente ao redor girando, por exemplo. 

Desvendar a queixa de tontura nem sempre é fácil. Essa avaliação é necessária para determinar qual é o principal responsável pela crise ou pelo sintoma atual que o paciente enfrenta. Muita gente tem a percepção errada de que a tontura é sempre uma labirintite, pois desconhecem que há dezenas de outras doenças. É por isso que o médico deve ser consultado, por ser o profissional com a competência para pedir exames adequados, descobrir qual é a enfermidade e prescrever o tratamento correto.

Diversas alterações de saúde podem gerar sintomas de tontura. Aliás, diversas medicações têm esse possível efeito colateral. Mas entre as causas principais estão problemas emocionais e doenças de origem metabólica ou hormonal, neurológicas, cardiológicas e labirínticas, ou seja, que afetam a estrutura interna do ouvido, muito relacionada à manutenção do equilíbrio corporal.

Quem sofre com o sintoma pode desenvolver, por exemplo, medo e insegurança do movimento, pois a tontura leva à instabilidade do corpo. Isso aumenta o risco de queda e de fraturas, um problema grave entre os idosos. 

De acordo com o Departamento de Otoneurologia da ABORL-CCF, estudos indicam que 45% dos idosos convivem com a tontura. Além disso, a alteração no equilíbrio corresponde a 85% das causas de quedas de pessoas com 65 anos ou mais. 

Além de prejuízos psicológicos, as pessoas que sofrem com tontura ainda têm sua qualidade de vida impactadas no âmbito social e de trabalho, pois convivem com episódios de mal-estar físico e a redução da concentração e atenção. 
Elas também podem sofrer consequências em longo prazo, caso uma condição de saúde existente que pode estar causando sua tontura receba tratamento. 

Algumas causas da tontura necessitam de tratamento medicamentoso ou hospitalar imediato e podem ser de difícil diagnóstico. É o caso do acidente vascular cerebral (AVC), doenças inflamatórias do cérebro, tumores, hemorragias, carências nutricionais e diferentes tipos de câncer.

A detecção da causa da tontura dependerá do entendimento dos sintomas. Por isso, é necessária uma avaliação minuciosa da história clínica do paciente. Em algumas situações, é necessária a realização de exames de sangue, de imagem e testes vestibulares (do labirinto) e auditivos, entre outros recursos. 

Cada caso tem a sua particularidade, por isso o tratamento é feito pelo médico após o diagnóstico e deve ser individualizado, podendo incluir medicações, mudanças comportamentais, tratamentos de reabilitação e manobras específicas. Generalizar tratamentos não é indicado e pode trazer riscos como efeitos colaterais, complicações ou agravamento do quadro.

Dr. Anderson Santos Botti

Dr. Anderson Santos Botti
Dr. Anderson Santos Botti é otorrinolaringologista no Instituto do Sono e Otorrino de Mato Grosso.
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