O prefeito Emanuel Pinheiro vai passar para a história por criar um sistema inédito de vacinação: o “mata véio”. A característica principal do modelo é submeter o idoso a um complexo, burocratizado e idiotizado sistema de cadastramento para agendar a vacina, deslocamento de pontos distantes para o Centro de Eventos do Pantanal e aglomeração nas filas de espera.
A centralização em apenas um local de vacinação é um avançado sistema de tortura contra os velhinhos, obrigados a permanecer expostos ao sol, calor e a humilhação de serem barrados quando o sistema de informática não funciona. Em cidades mais desenvolvidas, funciona o sistema drive thru (onde a pessoa é vacinada no carro) ou o atendimento é feito nas regiões onde funcionam unidades de saúde e basta os idosos apresentarem documentos de identificação e cadastramento do SUS.
O sistema “mata véio” não permite nada disso e a obsessão em manter a vacinação em um único local transmite a idéia de uma paranóia cleptomaníaca quanto a um possível desvio dos imunizantes. Não tem outra explicação, já que a Prefeitura dispõe de capilaridade regional de unidades de saúde que permitem um planejamento racional e que respeite a vida e a saúde dos idosos.
Como tudo fede a politicalha, não é possível medir entre a incompetência absoluta e a maldade deliberada. Exigir que os idosos se desloquem de pontos periféricos para o Centro de Eventos de Pantanal em transporte coletivo, garupa de moto-boys e carona familiar é uma vergonha passível de ser enquadrada como crime por atentado à vida e à segurança, além de ser repugnante e gerar indignação geral.
