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Artigos / Colunas / Paulo Pedra

30/10/2021 às 20:52

Greve geral no inferno contra entrada de ladrões da saúde

Nunca na estória da eternidade houve um movimento paredista (greve com pose intelectual) no inferno com passeata, mulheres feias expondo os peitos caídos, pelos pubianos e sovaco cabeludo. Revolta geral. Filinha de gente pelada cheirando o ânus do outro. Mas isso é outra parte, é arte na terra da esquerda.

A causa de todo o burburinho e agitação que incomodou o Capeta chefe foi a chegada de políticos que roubaram dinheiro da saúde e da merenda. Greve geral, contra entrada desse pessoal. 

O Satanás, que tinha contratado um marqueteiro e a bem da imagem e usando mídias superfaturadas, acatou o conselho e determinou uma audiência para resolver a questão.

O Capeta abriu a sessão e já foi logo deixando claro que as regras do julgamento seriam as mesmas do STF do Brasil. Totalmente justas e sem vícios.

Foram liberadas as palavras para defender a causa por categorias.

Os matadores profissionais. Os traficantes. Assaltantes, agiotas, ladrões de bancos, os comandos, sequestradores, traficantes de pessoas e de órgãos, entre outros. Todos revoltados.

O Juiz capeta (encarnando um magistrado brasileiro, que vendia sentença), resumiu as queixas: todo mundo tem família e quando um político rouba da saúde  leva junto com o dinheiro vidas. Até mesmo quem é criminoso tem escrúpulo e amor por alguém.

Enquanto o julgamento ocorria, uma plateia composta por centenas de milhares de vítimas dos recursos roubados e desviados, assistiam em telões no céu e no inferno. Tristeza, sofrimento e certeza de que suas vidas foram abreviadas, em troca de barcos, carros de luxos, joias, relógios.

O político é uma ameba, um parasita que rouba por profissão e que está acima dos maiores criminosos. Tirar a merenda e a possibilidade de uma vida ser salva, nem o Diabo aguenta. 

O Diabo, pressionado pelos grevistas, depois de consultar ministros do STF brasileiro, sentenciou que os réus reencarnassem como proletários em duas filiais do inferno: Cuba e Venezuela e que deveriam seguir as orientações de um embaixador com 4 dedos em uma das mãos.


Este é um artigo de ficção e qualquer semelhança com fatos reais devem ser creditados aos personagens.

Paulo Pedra

Paulo Pedra
Escritor crítico dos assuntos cotidianos de Mato Grosso e Brasil. Com ele é na pedrada!
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