Nunca na estória da eternidade houve um movimento paredista (greve com pose intelectual) no inferno com passeata, mulheres feias expondo os peitos caídos, pelos pubianos e sovaco cabeludo. Revolta geral. Filinha de gente pelada cheirando o ânus do outro. Mas isso é outra parte, é arte na terra da esquerda.
A causa de todo o burburinho e agitação que incomodou o Capeta chefe foi a chegada de políticos que roubaram dinheiro da saúde e da merenda. Greve geral, contra entrada desse pessoal.
O Satanás, que tinha contratado um marqueteiro e a bem da imagem e usando mídias superfaturadas, acatou o conselho e determinou uma audiência para resolver a questão.
O Capeta abriu a sessão e já foi logo deixando claro que as regras do julgamento seriam as mesmas do STF do Brasil. Totalmente justas e sem vícios.
Foram liberadas as palavras para defender a causa por categorias.
Os matadores profissionais. Os traficantes. Assaltantes, agiotas, ladrões de bancos, os comandos, sequestradores, traficantes de pessoas e de órgãos, entre outros. Todos revoltados.
O Juiz capeta (encarnando um magistrado brasileiro, que vendia sentença), resumiu as queixas: todo mundo tem família e quando um político rouba da saúde leva junto com o dinheiro vidas. Até mesmo quem é criminoso tem escrúpulo e amor por alguém.
Enquanto o julgamento ocorria, uma plateia composta por centenas de milhares de vítimas dos recursos roubados e desviados, assistiam em telões no céu e no inferno. Tristeza, sofrimento e certeza de que suas vidas foram abreviadas, em troca de barcos, carros de luxos, joias, relógios.
O político é uma ameba, um parasita que rouba por profissão e que está acima dos maiores criminosos. Tirar a merenda e a possibilidade de uma vida ser salva, nem o Diabo aguenta.
O Diabo, pressionado pelos grevistas, depois de consultar ministros do STF brasileiro, sentenciou que os réus reencarnassem como proletários em duas filiais do inferno: Cuba e Venezuela e que deveriam seguir as orientações de um embaixador com 4 dedos em uma das mãos.
Este é um artigo de ficção e qualquer semelhança com fatos reais devem ser creditados aos personagens.