Cuiabá, segunda-feira, 06/05/2024
04:20:20
informe o texto

Artigos / Colunas / Gilberto Figueiredo

08/07/2022 às 09:26

A pandemia ainda não acabou

Ganha proeminência novamente o debate sobre os números da Covid-19 em Mato Grosso, especialmente nos últimos dias do final do mês de maio e início de junho. As notificações mostradas pelo Painel Covid-19, da Secretaria Estadual de Saúde (SES), revelam um aumento expressivo de casos e demandam a atenção por parte de todos para que o cenário não tome proporções desastrosas novamente.

Quando deixei a SES, no dia 31 de março, a pandemia estava controlada em Mato Grosso, com os indicadores de taxa de ocupação de leitos em baixa e a campanha de vacinação a todo vapor. 

Conseguimos fazer uma boa gestão, resgatando parte da eficácia e funcionalidade da saúde pública, que ficou mais evidente para a população, mesmo em meio a um período pandêmico. Nos três últimos anos, período mais longevo de um secretário da história recente da pasta, investimos e garantimos conquistas importantes para a saúde da baixada cuiabana e de Mato Grosso.

Repasses aos municípios em dia, permitindo que as políticas em saúde sejam implementadas pelas gestões municipais. Nesse sentido, R$ 1 bilhão foi repassado em 3 anos e outros R$ 348 milhões foram pagos para quitar dívidas de anos anteriores.

O Governo de Mato Grosso também investiu mais de R$ 1,18 bilhão na saúde pública do Estado e priorizou a modernização de todos os Hospitais Regionais e as Unidades Especializadas.

Mesmo com todo investimento que ajudei a implantar, o panorama de aumento de casos já era previsto, uma vez que o comportamento da população mudou. As flexibilizações das medidas de segurança e com a chegada da vacina - todos estão se expondo mais. Converge, também, o período de inverno que é propício aos vírus de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars).

No entanto, apesar do aumento de casos positivos, o número de mortes não teve uma alteração significativa. Os indicadores correntes de contaminação e de óbito estão se mantendo em patamares relativamente baixos, isso diante dos contingentes populacionais totais do Estado. Mas não precisamos ser especialistas para saber que parte desse percentual pode tomar outros rumos, infelizmente. 

Somente entre os dias 11 e 24 de maio, sete pessoas morreram e o mesmo número foi registrado entre 25 de maio e 6 de junho, segundo os dados do painel. A pandemia é algo extremamente desconfortável, que traz transtornos e incômodos para a sociedade. E esses fatores aumentam ainda mais quando há óbitos. E por isso precisamos estar atentos às medidas que podemos tomar como precaução. 

A utilização do equipamento de proteção individual ainda se faz necessário sempre que precisar sair de casa. Outros hábitos que eram rotineiros no período mais duro da pandemia, também precisam de mais atenção agora, como: lavar as mãos com frequência, usar máscara de proteção e álcool em gel, evitar aglomerações sempre que possível e, principalmente, se vacinar. A vacina é o recurso mais poderoso da saúde pública para prevenção e combate, atuante na erradicação, proteção da população e no controle dessa pandemia. 

O processo de vacinação tem sido extraordinário, graças aos profissionais de saúde. As vacinas salvam vidas e protegem-nos dos efeitos mais severos da doença. Já está comprovado que a vacina salva. Temos que nos vacinar para garantir a saúde de todos. São ações coletivas dessa natureza que possibilitam a vivência nessa nova realidade. A cautela é uma decisão que precisa ser universal. Pois todo óbito é irreparável.

Acredito que ainda é cedo para qualquer discussão sobre uma eventual restrição de contato social. Como cidadão de uma sociedade, vejo que é prudente fazermos nossa parte. Sejamos responsáveis em nossas ações e multiplicadores das boas práticas para garantir o bem-estar da sociedade como um todo.

Gilberto Figueiredo

Gilberto Figueiredo
Nos últimos dias, o mundo foi bombardeado com notícias tristes sobre o novo Coronavírus: vídeos assustadores, imagens impactantes e sensação de pânico até mesmo para quem não está no epicentro da epidemia. Contudo, diante de tantas informações (críveis ou não), proponho um exercício simples e valioso: o da empatia. 

Você já esteve em uma cidade onde as pessoas têm medo de sair nas ruas? Já chegou em um supermercado e não encontrou sequer os itens básicos para a sua sobrevivência? Esteve isolado, obrigatoriamente, de toda e qualquer pessoa por mais de um mês? Você já participou da construção de um hospital edificado em menos de 10 dias?
 
Eu imagino que a resposta seja não para boa parte dessas perguntas, se não para todas. Embora eu entenda que a minha realidade é muito distante daquela vivida hoje pelo povo chinês, também consigo compreender que esse não é um momento fácil para um dos principais países do continente asiático; é uma situação de emergência e dor. 

Não é difícil chegar à conclusão de que muitos seres humanos sofrem com os efeitos devastadores da epidemia na China. Por essa e outras razões, creio que a empatia seja a única saída para situações que exponham um indivíduo ou uma população à vulnerabilidade, neste caso, manifestada como uma enfermidade. 

Me refiro aqui à solidariedade que se coloca no lugar do outro e trabalha em favor do espírito coletivo, da consciência de humanidade. Não devemos nos esquecer que, além de demonstrar uma atuação extraordinária no bloqueio das fronteiras da província de Hubei – que, diga-se de passagem, monitora aproximadamente 40 milhões de pessoas –, o povo e o governo chinês depositam credibilidade em nosso país.

Basta dizer que a China é, há mais de uma década, a maior parceira comercial do Brasil e a grande importadora de soja, um dos principais produtos do agronegócio brasileiro. Não se trata apenas do investimento, mas da relação de confiabilidade entre duas nações. É justamente por isso que o Brasil faz a sua parte, estende as mãos aos brasileiros que estavam no epicentro da doença e mantém a diplomacia que o atual contexto exige. 

Devo reconhecer que o Estado Brasileiro, por meio do Ministério da Saúde, também se mostra efetivo ao organizar um fluxo de assistência à população. Neste momento, propenso aos alardes irresponsáveis e inverídicos, é imprescindível frisar que os casos suspeitos ou confirmados devem ser atestados, primeiramente, pelos órgãos oficiais; bem como as etapas ligadas à suspeita de Coronavírus e às orientações voltadas para a população. 

Em meio a um cenário delicado, sejamos o indivíduo que checa a fonte das informações, que prioriza a higienização das mãos e o bloqueio físico de tosses e espirros; que também não diminui ou retalha uma nação que precisa da nossa empatia. Sejamos o cidadão que limpa o próprio terreno, que não deixa de lado a imunização pessoal e que tem consciência da responsabilidade que exerce na sociedade – afinal, a proliferação do novo vírus não anula doenças como a dengue, a influenza e o sarampo, que efetivamente se propagam em território nacional. 
ver artigos
 
Sitevip Internet