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Artigos / Colunas / Luciano Corrêa Ribeiro

27/12/2022 às 07:56

Home Care: a segurança de um hospital no conforto do lar

O papel da internação domiciliar (Home Care) como ferramenta de saúde vem sendo cada dia mais destacado. A mudança do perfil demográfico, com o aumento da longevidade ditado pelo avanço científico, diagnósticos precoces e maior eficácia terapêutica, versus a dificuldade que os sistemas encontram na ampliação da sua capacidade assistencial, trazem a internação domiciliar como uma solução mais viável.

Com a pandemia, esse cenário se tornou ainda mais evidente. De acordo com levantamento do Núcleo Nacional das Empresas de Serviços de Atenção Domiciliar (NEAD), antes desse período, se não contássemos com o Home Care, seriam necessários mais 16 mil leitos/ano no país, esse número se ampliou para cerca de 20 mil leitos/ano com a covid-19. 

Dados que mostram, mais uma vez, a importância desse segmento para a promoção dos cuidados em saúde. O tratamento médico domiciliar, também denominado de home care, consiste na assistência domiciliar de uma equipe multiprofissional, nos moldes de um hospital, conta com todo suporte de um atendimento médico, fisioterápico, fonoaudiológico e da enfermagem, bem como todo o aparato de materiais e medicamentos nos moldes de um Hospital . 

A atividade está devidamente regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio da Resolução da Diretoria Colegiada nº 11 de 2006. Esse dispositivo determina as normas de funcionamento de serviços de atenção domiciliar.  O objetivo é dar sequência ao tratamento iniciado ainda no âmbito hospitalar das mais variadas patologias. 

Neste modelo de tratamento, a prática assistencial é mais humanizada, principalmente para os pacientes de cuidados paliativos e idosos, pois a família passa a ser membro ativo em todas as etapas da assistência domiciliar, evitando desta forma internações que na grande maioria das vezes se tornam desgastantes física e emocionalmente.

A internação em domicílio começa com solicitação do Homem Care pelo médico assistente, após avaliar que não há mais a necessidade de cuidados hospitalares intensivos. O médico assistente aciona a operadora de saúde para que ela possa então, na sequência, avaliar o grau de complexidade do paciente para enfim transferi-lo para o domicílio com o nível de assistência necessária.

O Home Care apresenta inúmeras vantagens tanto para os pacientes, quanto para as operadoras, já que o leito da enfermaria passa a ser o quarto e a cama do próprio paciente, reduzindo os custos elevados de uma internação. Já para os familiares passam a poder contribuir de maneira decisiva em todas as etapas, uma vez que  passam a ser participativos com toda equipe multiprofissional no tratamento e recuperação mais rápida do paciente.

Para além da posição que o Home Care ocupa no contexto econômico da saúde (maior racionalização no uso dos leitos hospitalares e redução de custo para toda a cadeia), trata-se ainda do exemplo mais claro de cuidado centrado no paciente e que oportuniza ao máximo a humanização em serviços nesta área.

Os principais benefícios deste serviço são: redução das infecções hospitalares; redução de custos de uma internação e maior rotatividade dos leitos dos hospitais, menor risco de infecção hospitalar; otimização do tratamento, evitando tratamentos incômodos e facilitando a convivência com seus familiares e promoção do bem-estar, com a recuperação mais rápida do estado emocional do paciente e dos familiares, com o retorno mais rápido do paciente a sua rotina de vida.

A rotina do atendimento domiciliar inclui: higienização do paciente; administração de dieta e medicamentos tanto por via oral quanto endovenosa; exercícios de fisioterapia para reabilitação motora e respiratória; consultas médicas e atendimento de enfermagem. 

Uma vez em domicílio o paciente não perderá contato com seu médico assistente, bem como com a instituição hospitalar para uma necessidade de reinternação caso necessário. Desta forma essa modalidade de atendimento tem sido cada vez mais utilizada, principalmente neste momento atual de pandemia, por permitir a manutenção de toda segurança de uma internação hospitalar.

Luciano Corrêa Ribeiro

Luciano Corrêa Ribeiro
Luciano Corrêa Ribeiro é infectologista e mestre em Ciência da Saúde e professor em Doenças Infecciosas na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
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