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Artigos / Colunas / Rafael Campos

15/04/2023 às 09:00

Quisemos ser eles! Mais um brasileiro Série A

ai de casa aos 14 anos, uma criança. Responsabilidade, determinação, foco e uma vontade imensa de vencer através do futebol. Queria realizar o sonho de jogar na Europa (realizei!). Junto, vieram as críticas de familiares, amigos, colegas e todos aqueles que tiveram o mesmo sonho, mas não conseguiram realizar, seja por falta de coragem ou por simplesmente não terem condições técnicas mesmo. 

Desde então, identifiquei que eles apenas queriam experimentar aquela vida que os jogadores de alto nível possuem, embora sem saber todas as mazelas da profissão. O famoso torcedor de sofá ou da arquibancada, passando até mesmo pelos jornalistas, comunicadores e formadores de opinião desse esporte. Aliás, como diria a música: “Quem não sonhou em ser um jogador de futebol?”

Vi, convivi e ainda vejo cidadãos (jogadores) tratados como máquinas, como simples produtos que devem entregar resultados. Os mesmos que na maioria das vezes saíram de favelas, que não tiveram um núcleo familiar formado, que nem sempre tinham o que comer num lugar pra ser chamado de lar e enxergavam no futebol sua única saída para melhorar de vida. 

Enquanto isso, os educadores dos clubes, recebiam/recebem os garotos tendo que ser pai/mãe/psicólogo/tudo ao mesmo tempo. Assim, sem nem sempre ter a base educacional correta, emergem ao mundo profissional, onde realizando seu sonho espelham a frustração daqueles que resolvem massacrá-los esquecendo que são trabalhadores, com filhos, esposas, pais, sempre envolvidos nesse turbilhão de emoção que o futebol causa. 

Escuto relatos de filhos de torcedores/comunicadores/jornalistas que ao conviver com filhos dos jogadores, atacam-nos diretamente chamando de ruim, falando que o pai não presta e reproduzindo aquilo que vê em casa. 

Agora, imaginem se o filho do jogador reproduz o mesmo comportamento porque o pai contador/médico/advogado/etc., errou aquele documento “simples” ... prato cheio para os “especialistas”, né?! A ironia disso, chega ser engraçada.

Em meio a isso, chegamos ao início de mais um campeonato Brasileiro da série A, mais uma competição nacional longa e importante, mais um ano em que teremos um clube de nossa Cidade e Estado entre os grandes do futebol. De brinde, como resultado de toda nossa evolução, teremos mais um atleta cuiabano vestindo a camisa da seleção brasileira sub-20, Rikelme Hernandes, lateral-esquerdo de 19 anos, com a agravante de atuar por um clube mato-grossense. 

Que a euforia da crítica, dê lugar ao apoio e respeito, pois um dia, quisemos ser eles!

Rafael Campos

Rafael Campos
é sócio proprietário da BDL Sports, empresa de intermediação de atletas, negócios desportivos e do entretenimento
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