Com um colorido que remete às tradições e festas locais, a artista plástica Albina de Oliveira usa a pintura para expressar seu fascínio diante do mundo e, assim, vai deixando sua marca no cenário cultural por meio da arte naïf ("ingênuo", em francês"), produção geralmente de autodidatas de formaespontânea e informal.O resultado costuma esbanjar grande quantidade de cores, explorando temas cotidianos.
Por sua arte, Albina apresenta o cotidiano de forma mais alegre e cheia de sentimentos. O acervo dela conta com mais de 70 obras, sem mencionar as que já foram vendidas ou presenteadas.
Albina Oliveira nasceu em Cuiabá e se dedica à pintura desde 1995. Foi orientada pelo artista plástico Benedito Silva e já participou de vários eventos, como a Bienal Naïfs do Brasil, em Piracicaba.
A veia artística de Albina se manifestou na infância. “Antes mesmo de frequentar a escola, desenhava vaquinhas e boizinhos, sem que ninguém tivesse me ensinado. Frequentando uma escola de freiras, logo me interessei pelos desenhos e, enquanto a professora falava, eu me distraia fazendo florezinhas no caderno”, conta a artista.
Os desenhos ficaram em segundo plano quando ela se casou. Depois de viúva, decidiu entrar para a faculdade de psicologia e foi ali que as manifestações artísticas desabrocharam.
Autodidata, se encontrou nas pinturas, nas poesias e nos contos. “Pintava no papel, nos cadernos e passei para os quadrinhos. Cheguei até a vender estes quadrinhos”, lembra. Albina freqüentou apenas dois meses de aula de pintura, depois parou e continuou se desenvolvendo sozinha.
A grande influenciadora de Albina foi a mãe dela, Osvaldina dos Santos, artista renomada que já vendia quadros para a China, Alemanha e outros países. Certo dia, a matriarca pediu para ir à Galeria N’Arts, da artista plástica Heleninha Botelho.
Em conversa amistosa, Albina soube que estava havendo um Salão de Artes em que a mãe seria homenageada. “Heleninha sugeriu que eu me inscrevesse, fiquei um pouco tímida, pois nunca tinha participado de um salão. Mas, me inscrevi e fui selecionada. A recepção foi uma grande festa na Secretaria de Cultura, com coquetel, muita gente, imprensa”, lembra.
Seguindo os passos luminosos da mãe, Albina também almejou ter a própria arte reconhecida. Imaginando que suas obras estavam sendo selecionadas em razão da influência da mãe, decidiu participar de salões fora de Mato Grosso. “Precisava acreditar no meu potencial. Me empolguei e comecei a participar dos eventos do Sesc Piracicaba, em São Paulo, no grande Centro de Pintura Naïf”, diz.
Com inspiração nos elementos da flora, da fauna e do folclore cuiabano, a artista plástica acredita em inspiração divina. “Têm dias que eu fico pensando no que fazer. Aí durmo e acordo com a vontade de fazer algo e vou fazendo. Até com os contos acontecem dessa forma. Tenho muitas poesias, mas agora que estou catalogando, estou arrumando as poesias de outrora para escrever um livro”, acrescenta.
Mesmo com dificuldades de andar, após um tombo que levou em casa, ela nunca parou de pintar e continua participando de exposições, no formato on-line, em razão da pandemia.
Com assessoria
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