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23/07/2020 às 10:01 | Atualizada: 23/07/2020 às 15:09

Exposição realizada por mulheres negras de MT reúne 64 artistas brasileiros

Maria Clara Cabral

Sessenta e quatro artistas de diversos estados brasileiros participam da exposição virtual coletiva ‘Corpus Pretus’, que será lançada neste sábado (25) pela Casa das Prestas, centro cultural do Instituto de Mulheres Negras de Mato Grosso (IMUNE MT).
 
Data importante para o momento negro, em comemora o Dia de Tereza de Benguela e Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. A plataforma será lançada em um sarau de abertura, às 19 horas (horário de MT), na plataforma Google Meet (link aqui).
 
A mostra reunirá obras em pinturas, fotografias, colagens, aquarelas, artes digitais, esculturas, xilogravura, técnicas mistas, performances de cantorias e poesias, que manifestam a potência criativa das raízes africanas na cultura brasileira.
 
Trata-se de trabalhos de Mato Grosso, como Bahia, Pernambuco, Ceará, Alagoas, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, além de uma artista brasileira residente na Alemanha.

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Corpus Pretus
 
Com o tema da mostra, as obras pretendem ressignificar o olhar do expectador sobre os 'Corpus pretus' marcados, torturados física e emocionalmente pela Diáspora Africana e período escravocrata no Brasil, que ainda hoje reverbera nas relações sociais.
 
"Corpus Pretus invisibilizados e sem representantes nos espaços de poder. Visões estereotipadas, que hipersexualizam esses corpus. Enxergar Corpus Pretus com afeto, respeito e empatia, eis o resultado do novo olhar descolonizado. Corpus Pretus merecedores de autoestima, dignidade e oportunidades, com suas múltiplas identidades reconhecidas”.
 
Assinam a curadoria da exposição as artistas visuais Paty Wolff, que também é geógrafa, e Gilda Portella, historiadora.
 
“É cada vez mais necessário canais de comunicação abertos às artes criadas para artistas negros e aqueles que subscrevem suas artes em não reafirmar o padrão excludente. Além disso, os artistas necessitam de visibilidade de suas obras, e o mundo virtual é um reinventar-se neste momento de pandemia do COVID-19”, afirma Paty Wolff.
 
Para Gilda Portella, a exposição “permitirá ao expectador se sensibilizar com a multiplicidade afro-brasileira em vários saberes e fazeres artísticos, percebendo quão rico e múltiplo é o berço africano, formador da força do patrimônio cultural brasileiro”.
 
Casa das Pretas
 
A Casa das Pretas é coordenada por Paty Wolff em co-gestão colaborativa de Gilda Portella, Natália Nogueira, Isabella Ferreira, Antonieta Costa, Jackeline Silva e Juliana Segóvia. Fruto de um sonho gestado dentro do Instituto de Mulheres Negras de Mato Grosso (IMUNE=MT) em promover e dar visibilidade principalmente a artistas negros e negras de Mato Grosso.
 
A exposição é a primeira atividade do Centro Cultural Casa das Pretas e marca a programação do Julho das Pretas.
 
Artistas

 
 Com assessoria
 
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