As cruzes tinham sido colocadas em memória às vítimas da covid-19 no estado e o protesto foi realizado por membros do Observatório Social.
Outros motoristas que passavam pela avenida conseguiram registrar a cena em vídeos que viralizaram. É possível ver o momento em que o motorista sobe no canteiro, faz uma manobra e segue passando por cima das cruzes.
Em nota, a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) explicou que, por causa da resolução 371 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), não é permitido aplicar multas por terceiras pessoas, no caso, quem gravou o vídeo.
Conforme o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), o agente de trânsito só pode autuar mediante flagrante ou por radar ou por vídeo monitoramento, equipamentos regulamentados pelo Contran.
“No momento desta infração, não havia agentes da Semob no local e a câmera de videomonitoramento que existe próximo ao local não fica em posição fixa a um sentido, mas girando em sentido de 360 graus e, por isso, nem sempre a câmera pega todos os fatos ao seu redor”, justificou a Semob.
Segundo a Semob, subir em canteiro central é considerada penalidade gravíssima com multa multiplicada três vezes. Além disso, o condutor perde sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação.
O Leiagora perguntou à Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito (Deletran) se o motorista pode responder criminalmente pelo ato.
Em nota, a Deletran disse que 'a conduta do motorista caracteriza infração de trânsito e não tem contornos de infração criminal e, por esta razão, a apuração não é de competência da unidade'.
Explicou também que 'o simples ato de trafegar em um canteiro central, caracteriza conduta irregular, vedada pelo CTB, porém que é reprimida apenas em nível administrativo'.
"Caso a conduta do motorista resultasse em algum ato configurado como ilícito criminal (como uma direção perigosa, ou algo que colocasse em risco demais usuários da via), a Deletran seria responsável pela investigação da ocorrência", finalizou a polícia.
Organizadora lamentou
A presidente da instituição, Elda Valim Fim, disse que o ato foi mobilizado também para chamar a atenção da população mato-grossense a respeito dos gastos na saúde, especialmente no caso da covid-19. Outro ponto debatido é a corrupção na saúde.
“Ficamos surpresos e abismados com a atitude desse motorista que talvez tenha se ofendido por achar que estamos contra um ou outro político. Não estamos contra político nenhum. Estamos a favor da melhoria e qualidade na saúde nos três entes: federal, estadual e municipal”, disse ao Leiagora.
Segundo Valim, o gasto na saúde em Mato Grosso é muito mais alto em relação ao resto do país. A instituição questiona contratações na saúde, vencimento de medicamentos e outros procedimentos considerados de alto gasto.
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