No relatório final, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Medicamentos deverá sugerir o indiciamento de, ao menos, 20 pessoas. A informação é do relator da investigação que tramita na Câmara de Cuiabá, vereador Marcus Brito Junior (PV).
Conforme apurou a reportagem, devem integrar a lista o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), os ex-secretários de Saúde Luiz Antônio Possas de Carvalho, Elizeth Araújo e Ozenira Felix. A empresa Norge Pharma também deverá ser indiciada, assim como servidores de baixo escalão.
“É importante que as pessoas entendam que não é somente o secretário, não é somente o prefeito, não é só a alta gestão, mas aquele que está na ponta, o servidor que assina nota, que atesta nota, o servidor que faz a planilha para fazer o pedido, o servidor que faz orçamento e que não se atenta para um conluio de empresas e fraudes nos orçamentos. Todos esses estão apontados”, especificou o vereador tenente-coronel Paccola (Cidadania), que figura como membro titular da CPI.
De acordo com ele, as sugestões de indiciamento serão referentes a responsabilidades civis, criminais e ainda infrações políticas administrativas e crime de responsabilidade.
O relatório final da CPI era para ter sido entregue na tarde desta sexta-feira (03) durante reunião dos membros da Comissão. A entrega do documento, contudo, foi redesignada para segunda-feira (06), mesmo horário.
Segundo Brito Junior, as vésperas da entrega do relatório, a Secretaria de Saúde, sob o comando da Suelen Danielen, repassou um calhamaço de documentos a CPI.
“Esse adiamento foi de extrema importância, porque no final da tarde de quinta-feira recebemos uma demanda grandes de documentos, documentos esses que eu não posso deixar de reportar na relatoria. Esses documentos chegam para fechar um certo período do relatório, onde consta alguns dados e números muito importantes encaminhados a secretaria pela empresa Norge Pharma”, explicou o parlamentar.
Ele afirma que esses documentos têm que ser analisados. “Eu não posso ser omisso. São mais de duas mil folhas. A investigação e baseada na produção de provas, e esses documentos que chegaram pode tanto indicar novas pessoas, como pode também inocentar pessoas”, finalizou.