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Notícias / Agro e Economia

14/12/2021 às 15:33

Mesmo sem a China, perspectiva é de retomada da oferta de carne

Em 2022, Imea projeta que o preço da arroba deverá ter menos volatilidade nos preços

Débora Siqueira

Mesmo sem a China, perspectiva é de retomada da oferta de carne

Foto: Secom/MT

As perspectivas para pecuária em Mato Grosso é de um cenário de retomada da oferta e um mercado futuro com menos volatilidade nos preços e arrefecimento dos custos da aquisição de novos animais. A informação foi repassada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Mesmo diante de um ano turbulento, o preço da arroba está cotada em R$ 288,70, 31% maior do que janeiro a novembro de 2020.
 
“O caso de vaca louca atípica em Mato Grosso no mês de setembro e a saída da China derrubou o mercado, deixou os produtores sem saber o que fazer. Alguns soltaram animais no pasto, deixaram de confinar, outros seguraram dentro do cocho para tentar diminuir os prejuízos esperando o retorno da China, que acabou não ocorrendo”, disse o superintendente do Imea, Cleiton Gauer.
 
Contudo, o mercado interno tem absorvido a demanda, mas sem que o consumidor ainda tenha sentido os efeitos da negociação da arroba do boi e do preço da carne no atacado sendo negociados em valores menores.
 
Para 2022, há a expectativa do aumento da produção de bezerros e uma movimentação para virada de ciclo nos próximos dois anos e a expectativa na produção dos animais disponíveis no mercado.
 
Em relação a retomada das exportações para a China, principal mercado consumidor da carne brasileira, o superintendente do Imea destaca que tanto o setor produtivo quando o governo deve fazer a sua parte para retomada das exportações.
 
O setor produtivo deve fazer, e tem feito, a sua parte em atender as exigências do mercado tanto na forma de produzir quanto nas questões sanitárias, tomando frente em atender os padrões de qualidade.
 
“O boi china não é para atender apenas ao mercado chinês, mas é um padrão de animais que são mais jovens, abaixo de 30 meses com rendimento de carcaça muito positivo, acabamento bom e número certo de dentes, esse padrão a pecuária vem entregando esses animais com melhoramento genético que a gente vem observando, aplicando tecnologias la na ponta, eja ele com confinamento, seja ele como semi-confinamento, com terminação intensificada a pasto para tentar produzir mais e com menos”.
 
O superintendente explica ainda que cabe ao setor público buscar gerenciar e trazer segurança ao mercado e mostrar a qualidade do produto brasileiro. Apesar desse caso pontual, não representa a produção nacional e mostrar a realidade local. Também trabalhar nas relações comerciais com aberturas de novos mercados, acordos bilaterais, propagando por meio dos adidos agrícolas e mostrar o potencial dos produtos brasileiros.
 
Queda no abate
 
De janeiro a novembro de 2021, o abate de bovinos caiu em 14%, o que representa 4,2 milhões de cabeças a menos.
 
“Alguns drivers impactaram. Primeiro, o momento inserido de oferta diminuta puxado pelo ciclo pecuário do abate de fêmeas, queda de 19%. Trazendo essa inversão, principalmente pela valorização do boi gordo, dando esse reflexo no sistema de cria e impulsionando os produtores a fazer essa retenção. Houve incremento dos preços do boi e da vaca, e uma valorização de 48% no preço da vaca, além da oferta diminuta e o perfil de animais sendo abatidos para cortes premium, a pecuária esta se adequando a esse perfil de abate do animal mais jovem” comentou Gauer.
 
Mesmo com a queda no abate no acumulado do ano, a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) celebra que o abate no terceiro trimestre de 2021 aumentou 2,3% se comparado ao segundo trimestre. Já a produção de bovinos aumentou 6,42%. O crescimento está acima do nível nacional, cuja média do volume de animais abatidos reduziu 1,85%, enquanto a produção subiu somente 0,97%, no mesmo período.
 
Com relação ao rendimento médio da carcaça de bovinos houve um acréscimo de 4,29% em nível mato-grossense e 2,94% em nível nacional. Todo esse cenário positivo demonstra a eficiência na produção de carne no Estado, de acordo com o gerente de relações institucionais da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Nilton Mesquita.
 
“Mesmo com algumas dificuldades que o mercado da carne tem passado neste ano, o Estado manteve a pujança na produção de carne e com qualidade, visto que os animais têm sido abatidos mais pesados e a quantidade de animais abatidos manteve-se nos patamares de anos anteriores”, afirmou.
 
  
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