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Notícias / Polícia

26/01/2022 às 15:05

Casos de feminicídio em MT deixaram 70 crianças e adolescentes órfãos em 2021

Dos assassinatos cometidos no ano passado, 80% deles foram esclarecidos

Leiagora

Casos de feminicídio em MT deixaram 70 crianças e adolescentes órfãos em 2021

Foto: Assessoria

As mortes violentas de mulheres registradas em Mato Grosso no ano passado deixaram 70 filhos sem mães, entre crianças, jovens e adultos. Destes, 21 eram filhos das vítimas com os autores. Os dados são da Polícia Civil.

Entre os registros de feminicídios, duas vítimas estavam grávidas quando foram mortas.


A violência contra mulheres não deixa marcas apenas nas vítimas, mas em todo seu círculo familiar. Quando se trata dos crimes de homicídios, as marcas são ainda mais dolorosas, com dezenas de crianças e adolescentes órfãos dos vínculos físicos e afetivos. 

Tais acontecimentos desestruturam famílias inteiras, com filhos sem mães e pais, pois em muitas situações, os homens cometeram suícidio após matar suas companheiras ou foram presos.

Os números fazem parte do estudo realizado desde 2020 pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil para traçar o perfil de mulheres vítimas de mortes violentas. 

O levantamento coordenado pela Gerência de Inteligência Estratégica é realizado com base nos boletins de ocorrência e em inquéritos policiais e traz ainda os dados sobre local dos crimes, meio empregado nos homicídios, solicitação de medidas protetivas, perfis das vítimas, vínculo entre vítimas e autores dos crimes, o índice de esclarecimento dos homicídios e os efeitos da violência contra mulheres.

Dos homicídios e feminicídios cometidos no ano passado contra mulheres, 80% deles foram esclarecidos. Do total de crimes ocorridos, 66 autores foram indiciados e 24 dos casos seguem em apuração.

Josilaine Maria Gomes dos Reis, 31 anos, deixou três filhos órfãos de seus cuidados. Ela foi morta a golpes de faca pelo seu ex-companheiro, com quem tinha um filho pequeno.

Ele não aceitava o fim do relacionamento e na noite do dia 5 de outubro do ano passado, invadiu a casa dela, no bairro Nova Esperança, em Cuiabá, e na frente dos filhos atacou a ex-mulher.

A técnica de enfermagem estava dormindo quando sofreu os primeiros golpes, que terminaram dentro do banheiro da casa.

Após cometer o crime e também atentar contra a própria vida, o autor do crime pediu às crianças que fossem até um vizinho para avisar o que ele havia cometido e chamasse a polícia.

Outro crime que deixou crianças órfãs e produziu uma tragédia familiar foi registrado pela Polícia Civil em dezembro de 2021, em Várzea Grande.

A técnica em enfermagem, Franciele Robert da Silva, 33 anos, foi morta pelo ex-marido, que invadiu a casa dos pais à sua procura. Para defender a filha, o pai de Francieli, de 67 anos, entrou em luta corporal com o ex-genro e foi ferido gravemente.

Depois, o criminoso foi até o quarto onde a vítima tentava se esconder, junto com a filha de 12 anos, arrombou a porta e deu diversos golpes contra a Francieli, que a levaram a óbito. O pai dela chegou a ser socorrido a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no dia seguinte.

Violência progressiva

A delegada Mariell Antonini Dias, coordenadora da Câmara Temática de Defesa da Mulher da Sesp, destaca que o estudo ajuda a compreender melhor o fenômeno da violência doméstica, deixando claro o risco a que as mulheres estão submetidas quando vivem situação de violação de direitos em casa e não procuram ajuda da polícia.

 
Com assessoria
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