Indignado com a redução do valor pago pelos laticínios aos produtores pelo litro do leite, o Sindicato Rural de Novo São Joaquim articula a suspensão do fornecimento a partir do dia 1º de fevereiro. O valor do litro, que era de R$ 2, foi reduzido para R$ 1,60.
O sindicato se reunirá com produtores rurais, representantes das entidades do agro e autoridades municipais e estaduais, na sexta-feira (28), para cobrar providências. O encontro está marcado para às 13h, na Câmara de Vereadores do município.
Presidente do sindicato, Carlos Royttmen Pires da Silva diz que nenhum produtor será obrigado a suspender o fornecimento, mas adianta que a maioria é favorável à decisão. "Queremos diálogo com os laticínios, queremos participar das decisões, queremos ser ouvidos, afinal nós produzimos e fornecemos o leite”.
Ele ressalta que a região Oeste é considerada a maior bacia leiteira de Mato Grosso, entretanto é a mais penalizada pelos baixos preços pagos pelo leite. “Não fomos consultados sobre essa redução, o setor se sente desprestigiado, desvalorizado e injustiçado. Isso é um absurdo! Dessa forma, muitos pecuaristas vão abandonar a atividade e optar por outras fontes de renda”, desabafou o presidente.
O sindicalista afirma que com a rentabilidade comprometida, o pecuarista será obrigado a diminuir o rebanho e a captação diária do lácteo. Royttmen alerta que se continuar desta forma, a cadeia corre risco de acabar. "Não conseguimos entender, tudo sobe, o consumidor paga caro no mercado pelo leite, cerca de R$ 4,50 por litro, e acham ainda que nós produtores que estamos ganhando demais”, reclama.
O presidente lembra que o custo do pecuarista para produzir é muito alto, de modo que, com o preço por litro, as contas não fecham. “O pecuarista gasta com a nutrição dos animais, milho, farelo, suplementos minerais, medicamentos, vacina, entre outros insumos”.
Com assessoria
