A Polícia Federal de Barra do Garças cumpriu neste sábado (05), em Goiânia (GO), um mandado de busca e apreensão em desfavor de um médico vinculado ao Programa Mais Médicos suspeito de orquestrar um esquema criminoso denominado “FINAN”.
Trata-se de uma modalidade criminosa que consiste basicamente em financiar um veículo em muitas prestações, utilizando-se para isso do nome de terceiros, os chamados “laranjas”. No entanto, essas pessoas que fornecem o nome, geralmente em troca de uma determinada quantia em dinheiro, são usadas por indivíduos que não tem a menor intenção de efetuar o pagamento das prestações do veículo adquirido. Posteriormente revendem o carro financiado para outras pessoas a preços muito abaixo dos normalmente praticados no mercado.
Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão, diversas chaves e documentos de veículos foram apreendidos na residência do médico. Também foi possível apreender uma motocicleta CB 1000 FINAN, que havia sido revendida no na sexta-feira (04).
A investigação policial teve início em Barra do Garças, na quinta-feira (03), em razão da prisão em flagrante de uma mulher pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), quando dirigia um veículo Polo. Ao ser abordada, ela apresentou à autoridade federal de trânsito um Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) falso que estava sendo utilizado para “esquentar” o veículo FINAN, fazendo-o aparentar legalidade, quando na verdade havia uma ordem judicial de busca e apreensão em desfavor do mesmo.
Por este motivo, foi presa em flagrante delito por uso de documento público falso.
Os policiais federais analisaram os materiais aprendidos e descobriram que um médico que oferecia mais veículos a ela e o que esquema era maior. Rapidamente já foi representada à justiça para a busca e apreensão na residência do médico em Goiânia.
“Aqueles que colocam seu nome à venda, agindo deliberadamente como ‘laranja’, comete o crime de estelionato, eis que financia um veículo sem a menor intenção de pagá-lo, ou seja, obtém vantagem ilícita, em prejuízo alheio, ao induzir a instituição credora em erro”, disse o delegado de Polícia Federal Mário Sérgio Ribeiro de Oliveira.
O intermediário, que no caso da presente investigação, foi a pessoa que vendeu o veículo FINAN, com documento falso, foi preso em Barra do Garças na quinta-feira (03) pela prática do crime de uso de documento público falso.
Quanto ao médico, que além de cometer o crime de estelionato, também pode ser autuado pela prática do crime de receptação qualificada, caso oculte, tenha em depósito ou exponha à venda, no exercício de atividade comercial, mesmo em residência, coisa que sabe ser produto de crime (veículo FINAN, fruto do crime de estelionato).
Para não atrapalhar o andamento da investigação policial, maiores detalhes não puderam ser fornecidos pela autoridade policial
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O Inquérito Policial segue em sigilo e deve ser concluído no prazo de 15 dias.
Se condenados, os investigados poderão ser sentenciados a pena de prisão de até 19 anos, consideradas as penas máximas dos crimes de falsificação de documento público, estelionato e receptação qualificada.
Golpe FINAN
O objetivo principal de quem vende o chamado veículo FINAN é obter lucro fácil e em curto prazo.
Quem compra esse tipo de carro, muito abaixo do preço de mercado, não possui a menor intenção de executar o pagamento das prestações que o veículo possui, já que o financiamento foi feito em nome de uma outra pessoa.
Todavia, o comprador sabe que mais cedo ou mais tarde poderá ficar sem o veículo se o mesmo for localizado devido a uma ordem de busca e apreensão, emitida pela justiça, atendendo a uma solicitação da financeira, que é a verdadeira proprietária do veículo.
