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Notícias / Agro e Economia

11/03/2022 às 16:06

Produtores de MT tem expectativa de autossuficiência com Plano Nacional de Fertilizantes

Contudo, plano tem meta de reduzir a dependência das importações de 85% para 45% até 2050

Débora Siqueira

Produtores de MT tem expectativa de autossuficiência com Plano Nacional de Fertilizantes

Foto: Reprodução

O Governo Federal lançou o Plano Nacional de Fertilizantes nesta sexta-feira (11) como estratégia para reduzir a dependência do Brasil das importações de fertilizantes. A medida é uma referência para o planejamento do setor de fertilizantes para os próximos 28 anos (até 2050), promovendo o desenvolvimento do agronegócio nacional e considerando a complexidade do setor, com foco nos principais elos da cadeia: indústria tradicional, produtores rurais, cadeias emergentes, novas tecnologias, uso de insumos minerais, inovação e sustentabilidade ambiental.
 
Os produtores de Mato Grosso, maior produtor de grãos do país, o setor tem muitas expectativas para que o país deixe de ser dependente da importação dos insumos para poder produzir.
 
O Brasil ocupa a 4ª posição mundial com cerca de 8% do consumo global de fertilizantes, sendo o potássio o principal nutriente utilizado pelos produtores nacionais (38%). Na sequência, aparecem o fósforo com 33% do consumo total de fertilizantes, e o nitrogênio, com 29%. Juntos, formam a sigla NPK, tão utilizada no meio rural. Dentre as culturas que mais demandam o uso de fertilizantes estão a soja, o milho e a cana-de-açúcar, somando mais de 73% do consumo nacional.
 
“Esperamos que a médio e longo prazo surta resultados de fato efetivos para a agricultura brasileira. É tempo de o país ser autossuficiente e diminuir a dependência e se fortalecer como um grande player, fornecedor, sem dependência total de outros países”, avaliou o presidente da Associação de Produtores de Soja (Aprosoja) de Mato Grosso, Fernando Cadore.
 
Contudo, Cadore diz que é necessária a união entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para que as travas burocráticas não se tornem entrave para que se fato o que se tem que fazer. A curto prazo, a Aprosoja já havia orientados sobre a otimização do uso dos fertilizantes onde a reserva permite fazer isso, até pelos preços que já haviam aumentando, antes mesmo da guerra da Rússia e Ucrânia.
 
“Conclamamos todos os poderes para que a população não pereça em torno disso (falta de fertilizantes), porque quem paga a conta no final são os produtores que estão carregando a economia brasileira nos últimos anos, e principalmente, a população menos favorecida que encontra um preço maior nas prateleiras dos supermercados. A medida que se torne realidade essa autossuficiência, ou quem sabe, a diminuição da dependência dos fertilizantes do mercado externo”.
 
Segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos, mais de 85% dos fertilizantes utilizados no país são importados, evidenciando um elevado nível de dependência de importações em um mercado dominado por poucos fornecedores. Essa dependência crescente deixa a economia brasileira, fortemente apoiada no agronegócio, vulnerável às oscilações do mercado internacional de fertilizantes.
 
A implantação das ações do PNF poderá minimizar a dependência externa desses nutrientes, que chegam ao país principalmente da Rússia, da China, do Canadá, do Marrocos e da Bielorússia. Estados Unidos, Catar, Israel, Egito e Alemanha completam a lista dos dez maiores exportadores de fertilizantes para o Brasil em 2021, de acordo com dados do Ministério da Economia (Figura 2).
 
O PNF buscará readequar o equilíbrio entre a produção nacional e a importação ao atender sua crescente demanda por produtos e tecnologias de fertilizantes. Pretende-se diminuir a dependência de importações, em 2050, de 85% para 45%, mesmo que dobre a demanda por fertilizantes.
 
A ministra Tereza Cristina explicou que não se trata de o país alcançar a autossuficiência, mas sim de se ter autonomia, com um percentual reduzido de dependência externa para o fornecimento dos fertilizantes ao produtor. Segundo ela, é preciso reforçar a “diplomacia dos fertilizantes”, expandindo as relações de compra desses nutrientes em escala global. 
 
"Não estamos buscando a autossuficiência, mas sim, a capacidade de superar desafios e manter nossa maior riqueza, o agronegócio, pujante e competitivo, que faz a segurança alimentar do brasil e do mundo. Nossa demanda por nutrientes para as plantas é proporcional à grandeza de nossa agricultura. Mas teremos nossa dependência externa bastante reduzida", disse, reforçando que o Plano não é apenas para reagir a uma crise, mas para tratar de um problema estrutural, de longo prazo.   
 
No próximo dia 12, a ministra viaja ao Canadá para tratar do tema, após ter visitado o Irã recentemente, e a Rússia, no ano passado. 
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