No dia nacional pela valorização dos servidores públicos, comemorada neste 16 de março, o Fórum Sindical dos Servidores Públicos do Poder Executivo de Mato Grosso se reuniu na Praça Alencastro, em Cuiabá, para demandar pautas como a RGA, alíquota da previdência e a realização de concurso público.
A coordenadora do Fórum e presidente do Sindicato de Servidores Públicos da Saúde, Carmem Machado, afirmou que o governador Mauro Mendes (União) tem sido negligente com a categoria, uma vez que se recusa a atendê-los.
“Não é verdade quando o governador diz que não existe pauta comum entre as categorias do Executivo. Nós temos [como pauta] o RGA, que é a recomposição salarial, confisco dos aposentados e pensionistas, e isso é comum com a Unemat, Sindes, Sintep e outros. Nós temos vivenciado uma era de desmonte, uma tentativa de desmobilizar toda uma categoria de trabalhadores. Não é possível que essa categoria, que tanto ajudou a construir esse Estado, seja penalizada por erros da administração pública”, objeta Carmem.
Domingos Sávio Garcia, presidente da Associação dos Docentes da Unemat, relatou que o Fórum só teria sido recebido pelo secretário de Planejamento e Gestão do Estado, Basílio Bezerra, após ficarem “acampados” em frente ao órgão.
“Nós sabemos que o calendário eleitoral impõe uma data limite para a concessão de reposição salarial, do dia 5 em diante fica proibido, e o governador, ao invés de nos receber, fica nos atacando gratuitamente através da imprensa. Nós repudiamos isso e queremos somente ser recebidos para que o governo ouça essa pauta geral”, disse Domingos.
Sávio cobrou compromisso do governador, que em época de campanha teria prometido abertura com os servidores, além do pagamento do RGA, e cita o anúncio do Governo acerca de um superávit de R$ 2 bilhões estimado para 2022.
“A reposição salarial que nós reivindicamos hoje é de, no mínimo, repor inflação do período. Por exemplo, no ano passado, a inflação medida pelo IPCA foi de 10,06% e o governo pagou 7%. Ou seja, sequer repõe a inflação de 2021, nem de 2020, 2019. Em relação a 2018, tem uma lei aprovada na Assembleia Legislativa, que até agora o Governo também não cumpriu, de cerca de 4% que ainda falta repor, daquela lei aprovada, e o governo diz que tem superávit de 2 bilhões”, pontuou o sindicalista.
Já a representante do Sindicato dos Profissionais de Nível Superior do Sistema Penitenciário, Eunice Teodora dos Santos, cobra o chamamento dos classificados no concurso da categoria, realizado em 2016.
“Essa gestão não chamou até hoje um profissional que foi classificado. O estudo para fazer esse concurso, em 2015, falava que precisava de 470 profissionais na nossa categoria, isso em 2015, estamos em 2022, 7 anos depois, e hoje estamos com 226 profissionais. Se naquela época precisávamos de 470, imagine agora?”, pontuou a psicóloga.
Ainda de acordo com a sindicalista, o Fórum Sindical teria sido atendido pelo vice-governador Otaviano Pivetta, na condição de governador em exercício durante o período que o chefe do Executivo, Mauro Mendes, esteve em Dubai. Pivetta teria se compromissado a tentar uma agenda com o governador, mas a pauta não foi levada adiante. “Parece que nem o pedido do vice está sendo atendido”, finaliza Eunice.
