Secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre Bustamante defende a idoneidade da Polícia Militar e garante que não mancha a imagem da instituição a Operação Simulacrum, realizada na quinta-feira (31) pela Polícia Civil e o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), que teve como alvo um grupo de policiais militares investigado pela morte de 24 pessoas em Cuiabá e Várzea Grande.
“Não gosto de condenar ninguém antes do processo, assim como também não vamos passar a mão na cabeça de quem fez coisa errada. [...] Não é uma situação pontual dessas que vai manchar toda a história da Polícia Militar de Mato Grosso, uma instituição secular”, disse à imprensa na noite dessa sexta-feira (1º), na solenidade de troca de comando-geral da PMMT.
O secretário foi enfático ao declarar que, em caso de confronto, policiais militares devem reagir. “Em situação de confronto, eu já cansei de falar, eu sou policial de carreira, em situação de confronto a polícia tem que sobreviver. A polícia tem que sair de casa e voltar para casa. É a defesa deles. Em sendo confronto, tudo será arquivado”.
Bustamante amenizou o atrito causado entre as instituições, Polícia Militar e Polícia Judiciária Civil, decorrente da operação e nega que isso impacte na segurança pública do Estado. “No início fica todo mundo um pouquinho preocupado, mas no final sai tudo certo”.
Ao ser indagado, diz não acreditar que a operação tenha cunho político e reforça sua confiança no sistema, palavra que usa para se referir às forças de segurança, Poder Judiciário e Ministério Público. “Não é operação política porque envolve Ministério Público, Poder Judiciário. Não tem nada de operação política. A operação tem envergadura, tem juízes trabalhando, tem seis promotores. Nós temos que conversar com os promotores para saber o que tem nas investigações para saber por que foram decretadas as prisões”.
Bustamante também teceu críticas à cobertura de alguns veículos de comunicação à operação ao divulgarem o nome dos policiais alvos da investigação. “Vocês, que normalmente protegem, estão demonstrando que o sistema pesa de um jeito com a polícia e pesa de outro jeito com os bandidos. Tem que fazer essa avaliação, tem muita gente ali que não vai ser nem denunciada. Então temos que tomar cuidado para não condenar inocentes. Os culpados vão responder ao processo”.
O secretário descarta a abertura de investigação por parte da Sesp sobre a denúncia e volta a ressaltar que deposita confiança no sistema. Cita, neste contexto, que os inquéritos que deram origem à investigação foram instaurados pela própria Corregedoria da PM.
