Menos de dois meses depois da tragédia que devastou Petrópolis, na Região Serrana, desta vez é o litoral fluminense que sofre com a forte chuva que cai desde a noite de quinta-feira (31) e se estendeu até a madrugada deste sábado (2). Ao menos uma pessoa morreu, em Mesquita, na Baixada Fluminense, e há 11 desaparecidos após deslizamento de terra em Angra dos Reis, na Costa Verde.
A morte em Mesquita foi de Daniel Ribeiro, de 38 anos. De acordo com a Defesa Civil, ele levou um forte choque em um poste quando tentava ajudar uma outra pessoa.
Outras cidades da Baixada também registraram alagamentos. A Prefeitura de Nova Iguaçu afirmou que a cidade registrou 141 mm de chuva no bairro Moquetá, o que equivale a 148% da média de chuva do mês de abril. O Hospital Estadual Ricardo Cruz, inaugurado há um ano, ficou inundado.
Chuva recorde e desaparecidos em Angra
Pelo menos 11 pessoas estão desaparecidas depois que um deslizamento de terra atingiu quatro casas no bairro Monsuaba, em Angra, na madrugada deste sábado.
Segundo o Corpo de Bombeiros, cinco pessoas foram resgatadas com vida e levadas para o Hospital da Japuíba. Seis grupamentos da corporação e agentes da Defesa Civil da cidade trabalhavam nas buscas pelos desaparecidos pela manhã.
Nas últimas 48 horas, Angra dos Reis registrou o volume de chuva equivalente a 655 mm no continente, e 592 mm na Ilha Grande – índices jamais registrados anteriormente no município.
Segundo a Defesa Civil, todas as 28 sirenes do sistema de alerta, distribuídas em 20 blocos que abrangem as áreas de risco, soaram durante a madrugada, para alertar moradores sobre a possibilidade de deslizamentos e alagamentos.
Estágio de atenção
A cidade do Rio entrou em estágio de atenção às 9h25 deste sábado (2). Trata-se do terceiro nível em uma escala de cinco e significa que uma ou mais ocorrências já impactam o município, afetando a rotina de parte da população.
Em mensagem publicada nas redes sociais, o prefeito afirmou que a madrugada no Rio contou com muitas ocorrências e a tendência é que o dia seja de chuva.
"A gente teve uma noite de ontem e uma madrugada bastante complexa. O pessoal da prefeitura atuou. A gente não tem nenhuma situação em grande via mais crítica. Mas você tem algumas áreas da cidade, principalmente na Zona Oeste mais litorânea, a região das vargens, Guaratiba, partes da Zona Oeste mais próximas do mar, você tem ainda situações de alagamentos. Jacarepaguá também tem situações complexas. Na Grande Tijuca, a situação já baixou, o Rio Maracanã", afirmou Eduardo Paes.
O prefeito voltou a pedir que a população evite deslocamentos desnecessários.
"A tendência é que a gente ainda tenha chuva hoje, a princípio mais fraca para moderada. Então o meu pedido para vocês é que fiquem atentos, se puder evitar deslocamentos desnecessários a gente agradece para que a gente possa arrumar a cidade ao longo do dia", disse Paes.
Maricá
A forte chuva também causou transtornos e deixou famílias desalojadas em Maricá (RJ). Segundo a Defesa Civil, os bairros mais afetados foram Itapeba e Condado com 30 ocorrências cada.
A Defesa Civil está em estágio de alerta. Os maiores acumulados de chuva, nas últimas 24 horas, foram em Itapeba (261,39mm), Espraiado (227,94mm) e Ponta Negra (88,41mm).
Previsão do tempo
A influência de uma frente fria deixa o tempo encoberto e chuvoso o dia todo no estado, segundo a Climatempo, com previsão de chuva forte entre esta noite e a manhã de sábado (2).
Rajadas de vento forte de até 60 km/h também estão previstas, além de alerta de temporais e raios e ressaca no litoral.
Por causa da chuva forte, os garis resolveram suspender a greve até segunda-feira (4).