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11/05/2022 às 15:30

Guia defende manutenção do parque para expansão do turismo em Vila Bela da Santíssima Trindade

Ele destacou que nenhum quilombola tem terras na região e permanência do parque é forma de reparação

Jardel P. Arruda

Guia defende manutenção do parque para expansão do turismo em Vila Bela da Santíssima Trindade

Foto: Jardel P. Arruda/Leiagora

Há cerca de 15 anos atuando como guia de turismo em Vila Bela da Santíssima Trindade, o vilabelense Alcindo Crespo defende a manutenção do Parque Serra de Ricardo Franco, que tem sido determinante para o desenvolvimento do turismo na primeira capital de Mato Grosso.
 
“O turismo pode ser o divisor de águas na nossa cidade. Com turismo consolidado, teremos uma economia consolidada e isso faz diferença para a comunidade”, comentou. Ele acrescentou ainda que a insegurança em relação ao destino do parque também tem sido entrave para investimentos em infraestrutura da cidade, pois gera insegurança ao comércio.
 
“Se conseguirmos estruturar o turismo. A cidade investe também, mas precisamos de linha de crédito para não ser apenas funcionário, mas patrão também. Além disso, há o entrave da regularização fundiária. Sem documentação, a gente não consegue acesso ao crédito nas instituições financeiras”, comentou.
 
Para Alcindo é possível conciliar o Parque Serra de Ricardo Franco com os produtores rurais que tem áreas dentro do parque, antes da criação do mesmo em 1997. Sem indenização pelo Estado, eles permaneceram na área.
 
Conforme Alcindo, apesar de ser um dos maiores municípios em rebanho bovino em Mato Grosso e com a chegada da agricultura na cidade, a riqueza não é revertida na cidade e não tem impacto social e financeiro aos moradores.
 
“Nosso desejo é pela manutenção do parque, porque faz diferença ao turismo e aos moradores. Tenho vários amigos que são produtores, não desejo que saiam, mas a Justiça deverá decidir. A nossa indignação é pela extinção do parque, nós precisamos da efetivação para movimentar a economia local”, defendeu Alcindo.
 
Ele destaca ainda que o fato de apenas a voz dos produtores rurais ser mais ouvida do que da população se deve pelos moradores se sentirem intimidados e desacreditados.
 
“Nossa história é contada pela metade. Sou descendente de quilombola. Quais quilombolas receberam terra lá? Se o parque mantiver, é uma forma de devolver as áreas aos quilombolas. Os quilombolas ficaram de fora e não se vê representante político falando sobre esse assunto. Ontem tem quilombo no Brasil está esquecido porque a gente não tem força”.
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