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Notícias / Agro e Economia

15/05/2022 às 09:02

Despesas com plantio da soja estão 62% mais caras e ameaça aumento da área plantada

Em MT, a expectativa era de aumentar em 300 mil a área da soja, mas governo deve ajudar com taxas de juros e aumento dos valores do Plano Safra

Débora Siqueira

Despesas com plantio da soja estão 62% mais caras e ameaça aumento da área plantada

Foto: Ascom/Famato

Com aumento das despesas em 62,15% para cada hectare plantado de soja para a safra 2022/2023, os produtores rurais de Mato Grosso precisam de mais recursos do Plano Safra e medidas de juros diferenciados para não inviabilizar a produção da oleaginosa. No Estado, o maior produtor do grão do país, a expectativa para a próxima safra de soja era da ampliação da área plantada em 300 mil hectares.
 
Na safra 2021/2022 foram necessários R$ 30,8 bilhões para a produção de 10,9 milhões de hectares de soja, um custo médio de R$ 2.936 por hectare. Agora com a disparada dos preços dos fertilizantes, diesel e os juros mais altos, as despesas para o plantio subiu para R$ 4.761 para produzir em 11,2 milhões de hectares. São necessários investimentos de cerca de R$ 53 bilhões para produzir. Os dados são do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA).
 
Cerca de um terço dos recursos, os produtores rurais recorrem ao crédito rural do Plano Safra, que neste ano são necessários cerca de R$ 22 bilhões de subsídio. A outra parte dos recursos, os sojicultores terão que recorrer as trandings, bancos privados e recursos próprios.
 
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária (Famato), Normando Corral, destaca que o Plano Safra 2022/2023 precisa de recursos maiores para custear o aumento de 60% no custo de produção.
 
“Nossos cálculos hoje pelo aumento de insumos e defensivos, o volume utilizado no Plano Safra do ano passado não dava para plantar o que se tinha plantado anteriormente. O aumento dos custos foi muito violento. Precisamos de recursos maiores não só para o aumento da área plantada, mas pelos custos 60% maiores. O mesmo limite que ele tinha para tomar de empréstimo não é suficiente para plantar na mesma área”, comentou.
 
Ele acrescenta ainda que em Mato Grosso, os recursos liberados por CPF não dá para ele fazer o mesmo plantio das safras anteriores. Além da alta dos insumos, os juros acima dos dois dígitos também são motivo de preocupação, por isso o Plano Safra deste ano é tratado com muito mais cuidado, levando mais informações ao Governo Federal e ao Banco Central.
 
O último Plano Safra se encerrou mais cedo, foi cancelado, suspenso por um tempo, o que também acabou prejudicando os produtores. Contudo, o Governo Federal socorreu o setor e o presidente Bolsonaro sancionou sem vetos a Lei 14.336, de 2022, que abre ao orçamento da União crédito suplementar no valor de R$ 2,57 bilhões.  Desse total, RS 868,5 milhões são para equalização de juros do atual Plano-safra (2021/2022).
 
Segundo a Secretaria de Política Agrícola do Mapa, os R$ 868,5 milhões liberados para equalização de juros do atual Plano-safra terão as mesmas taxas de juros que já vinham sendo praticadas. A medida permitirá a reabertura das contratações de financiamentos rurais com recursos equalizáveis, suspensas desde 7 de fevereiro de 2022, possibilitando que o montante de R$ 24 bilhões represados nesse período seja destinado à contratação e liberação de novos financiamento.

O presidente do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), Nilson Leitão, disse que a operacionalização do Plano Safra 2022/2023 vai exigir aportes da ordem de R$ 22 bilhões. “Esses R$ 22 bilhões são apenas uma atualização tendo em vista que tivemos no Brasil aumento de preços dos insumos, defensivos, óleo diesel, transporte, inflação, entre outros. Os custos para produzir no país tiveram em média um aumento de R$ 8 bilhões para fazer exatamente o que se fez no ano anterior. A dificuldade do Mapa e do setor é encontrar esse espaço orçamentário para aprovar os R$ 22 bilhões”, pontuou.
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