Se antigamente a máxima era “estude para não ter que trabalhar na roça”, agora pode-se dizer que mudou para “estude para trabalhar na roça porque está tecnológica demais”. Por isso, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) realiza uma espécie de força-tarefa para ofertar 10 mil cursos, capacitar 130 mil trabalhadores e beneficiar 5 mil propriedades rurais no ano de 2022.
Conforme o superintendente do Senar Mato Grosso e vice-presidente da Famato, Francisco Olavo Pugliesi de Castro (Chico Pauliceia), há vagas de emprego no campo, mas falta mão de obra qualificada. Sim, é preciso formação técnica para conseguir uma vaga.
Entretanto, com os dois anos de pandemia houve um ‘apagão’ na capacitação e trouxe impacto negativo para o setor da agropecuária. Estima-se que 5 mil cursos deixaram de ser ministrados devido a covid-19 e ao distanciamento social.
O maior problema foi visto na qualificação para operar e fazer a manutenção em maquinários e implementos agrícolas. Com uso de tecnologia de ponta para a agricultura de precisão, os dois anos de defasagem pesam. Até mesmo os instrutores do Senar tiveram que correr para recuperar o tempo perdido para se qualificar, para ensinar os demais em treinamentos sobre as novidades no mercado.
“Nós tivemos uma serie de cancelamentos de cursos, em razão dos decretos, mas a indústria e a agricultura não pararam. Com isso ficou a necessidade acumulada de fazer os treinamentos. Em 2022 retomamos com força e fazer mais de 10 mil cursos e promover a capacitação de mais de 120 mil pessoas”.
Apesar da defasagem ser mais sentida na operação de máquinas agrícolas, todos os setores da agropecuária tem demandas para qualificação de recursos humanos, pois há alta tecnologia em todas as vertentes da produção rural.
“De modo geral, todo o complexo da agropecuária necessita de mão de obra qualificada e o Senar esta aqui para suprir isso. Trabalhar no campo hoje significa uma qualidade de vida melhor e com salários melhores ou iguais os da cidade”.
