As estimativas de super safras de milho e soja tem mais atrapalhado os produtores rurais do que ajudado o setor. A avaliação é do presidente da Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Fernando Cadore.
“Embora tenha aumento de área, da tecnologia utilizada safra após safra, nós dependemos da variável climática. Então é muito complexo quando a estimativa é baseada na área plantada, quando a gente tem como variável principal a questão climática que depende de chuvas”.
Ele considera um erro corriqueiro dos órgãos, inclusive da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) quando se baseia a safra com base na área plantada e a estimativa de produção com base na média histórica.
“Tivemos problema na soja esse ano na região Sul. Isso mexe com o mercado, mexe com custo de produção, foi uma catástrofe na região Sul do país e a previsão era de super safra. O milho esse ano foi a mesma coisa com a estimativa da área plantada, enquanto a safra só se consolida com a colheita e o grão armazenado”.
Cadore considera prudente a revisão da metodologia e os parâmetros utilizados para estimativa. Ele opina que deveria avaliar produções menores e aumentar ao longo do tempo do desenvolvimento da cultura do que basear na ocasião do plantio ou a maior média histórica.
“Isso atrapalha os produtores, mexe com o mercado, mexe com custo e nós precisamos ter muita cautela com divulgações sem a certeza da estabilidade climática”.