Uma doença silenciosa, sem permitir prevenção e sem forma de ser rastreada, o câncer de pâncreas não é dos mais comuns, tanto no Brasil quanto nos demais países. Ele sequer aparece no ranking de estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Conforme o coordenador do Centro de Oncologia do Hospital Santa Rosa, Eduardo Romero, o número de casos deste tipo de tumor tem aumentado no país.
“A gente tem notado cada vez mais o aumento do número de casos de câncer de pâncreas. Não dá para saber se isso é porque realmente está tendo mais casos ou se é porque a gente está achando mais. Na maioria das vezes o câncer de pâncreas é descoberto ao procurar o médico por outro motivo e acaba descobrindo o tumor, com alguma alteração no pâncreas”, diz em entrevista ao Leiagora.
O médico explica que não há sintoma em específico neste tipo de tumor. Muitos pacientes descobrem quando começa a sentir sintomas como dor, perda de peso, dificuldade para se alimentar, dificuldade de digestão e começa a ficar amarelo e ao fazer o exame, descobre que é um câncer de pâncreas.
“Há duas formas de descobrir o câncer de pâncreas. A primeira acaba sendo um achado incidental. Você vai fazer algum exame por algum outro motivo e descobre o câncer. Ou você descobre quando começa a ter algum sintoma. Não existe exame de rastreamento ainda hoje para este tipo de câncer, que nem a gente faz para mama, intestino, próstata e pulmão. Acaba infelizmente sendo por um acidente mesmo”, explicou o médico.
Conforme os últimos dados sobre a mortalidade pelo Inca referente a 2020, o câncer de pâncreas foi a 7ª causa de morte em homens no Brasil com 5.882 casos, e a 5ª causa entre as mulheres com 6.011 casos. O câncer de mama é mais letal para as mulheres e de traquéia, brônquios e pulmão maior para os homens.
O oncologista explica que o câncer de pâncreas tem característica de ser mais agressivo, embora existam várias tipos de tumores neste órgão do corpo.
“Ele é um câncer que tem um prognóstico pior, é mais agressivo e muitas vezes também, porque a gente o descobre mais tardio, às vezes com metástases e aí o prognóstico é muito ruim. No caso inicial geralmente tem um prognóstico melhor”.
O tratamento é feito com diversas modalidades, pode-se resolver apenas de forma cirúrgica, ou com quimioterapia, radioterapia. Há alguns tratamentos com drogas novas, terapias alvo quando tumor tem alguma mutação para que se consiga tratar de forma mais direcionada.