Existem mais de 150 tipos de dores de cabeça, sendo a enxaqueca (migrânea) uma delas e a mais prevalente na sociedade mundial. Trata-se de uma doença neurovascular, causada por desequilíbrio químico no sistema nervoso central. Caracteriza-se como dor latejante em apenas um dos lados da cabeça, cuja frequência varia desde episódios bem espaçados a várias vezes ao mês, com crises que duram até 72 horas. Ainda há um tipo de migrânea que não causa dor, sendo suas principais características vertigem, tontura e desequilíbrio.
A enxaqueca possui quatro principais fases: pródromo (premonitória), aura, crise, pósdromo, respectivamente nessa ordem, mas nem sempre as pessoas passam por todas elas. A doença separa-se em dois subtipos: sem aura (75% dos casos) e com aura (25%). A enxaqueca sem aura é a dor unilateral, com intensidade moderada ou grave, podendo aumentar com atividade física de rotina. A aura é um aviso fisiológico que acomete a visão ou outros sentidos. Já os sintomas neurológicos da doença surgem unicamente em um lado do corpo ou do campo visual, pode acometer a fala, ser sensorial ou motor. O indivíduo sente náuseas, fotofobia (intolerância à luz), desconforto a sons e odores fortes, além de ter transtornos gástricos.
Nutricionista e professora do curso de Nutrição da Unic, Alessandra Seleri destaca que uma alimentação equilibrada e saudável pode trazer alívio aos sintomas apresentados nas crises de enxaqueca e até mesmo evitar que essas ocorram com frequência. Para isso é importante conhecer como funciona o seu organismo e identificar quais alimentos foram consumidos antes de uma crise se iniciar; manter um corpo saudável e uma rotina diária de alimentação equilibrada e atividade física, vão contribuir significativamente para que suas crises de enxaqueca sejam de menor intensidade e para que demorem mais para acontecer.
A especialista explica que, assim como se alimentar demasiadamente, ficar em jejum, pode provocar as crises, por isso é importante manter uma alimentação equilibrada e regular. Em uma rotina de alimentação saudável, alguns alimentos podem contribuir positivamente para aliviar os sintomas da enxaqueca, como semente de linhaça, castanhas, amêndoas, amendoim, banana, erva-cidreira, maracujá, orégano, cravo, canela, gengibre, espinafre, feijão, lentilha e grão de bico. Importante destacar a necessidade de buscar orientação de um profissional Nutricionista, para indicar as quantidades e melhores alimentos considerando a condição individual de cada um.
Estresse, tabagismo, exposição a ruídos e luzes intensos, mudanças climáticas, bebidas e alimentos, são alguns dos fatores que desencadeiam a enxaqueca e é preciso amenizar ou, em alguns casos, eliminar da rotina.
Entre as bebidas que mais ocasionam dor estão o vinho tinto, a aguardente e a cerveja. No grupo dos alimentos estão os queijos maturados, carne de porco, chocolate, derivados do leite e até mesmo as frutas cítricas, porque contêm aminas vasoativas: octopamina, fenilalanima e tiramina. Os aditivos alimentares que ativam a enxaqueca são o aspartame, o glutamato monossódico e o nitrato de sódio e diversos corantes. A ingestão de alimentos enlatados e em conserva são gatilhos para a migrânea.
Após a crise cessar, acontece a fase pósdromo, mesmo sem dor o indivíduo não tem energia para se dedicar às atividades, principalmente as intelectuais, pois a etapa é semelhante à pródromo em que a fadiga está presente.
Heloisa Bravin, professora do curso de Educação Física da Unic, ressalta que muitas pessoas procuram meios para tratar a doença e, muitos deles, estão relacionados com a prática de exercícios físicos e as técnicas de relaxamento. “Os exercícios aeróbicos são os mais recomendados uma vez que proporcionam relaxamento e auxiliam na produção de endorfina e serotonina. Esses hormônios são responsáveis pela redução do estresse, além de atuarem como anestésicos do próprio organismo resgatando a sensação de bem-estar sem a necessidade do uso de medicamentos”, conclui.
Assessoria