Um requerimento de autoria do vereador Sargento Vidal (PSD) adiou a votação do pedido de afastamento do vereador tenente-coronel Marcos Paccola (Republicanos), que estava marcado para ocorrer na sessão ordinária desta quinta-feira (14).
No documento, o parlamentar solicitou que o pedido de afastamento requerido pela vereadora Edna Sampaio (PT) seja encaminhado à Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Casa de Leis, antes de ser remetido à apreciação do plenário.
O pedido foi aprovado por 15 votos, incluindo o da própria Enda, a sete. Se posicionaram contra a sugestão os vereadores Eduardo Magalhães (Republicanos), Robertinho Fernandes (PV), Dilemário Alencar (Podemos), Demilson Nogueira (PP), Michelly Alencar (União), Vidal e o próprio Paccola.
“Tudo nessa Casa, até para mudar um nome de rua, passa pela CCJ. Eu peço encaminhamento a CCJ, para que a gente tenha um posicionamento mais tranquilo para votação”, justificou Vidal.
Para ele, esse parecer é necessário para garantir um maior embasamento jurídico. “Precisamos desse parecer jurídico, desse embasamento legal, para que possamos votar com mais tranquilidade, sabendo que temos embasamento jurídico”, completou.
Antes da votação do requerimento de autoria de Vidal, Paccola chegou a usar a tribuna para pedir que os demais vereadores votassem contra a medida, pois ele fazia questão que o afastamento fosse votado hoje (14).
“Todo mundo está perdendo aqui dentro, todo mundo está perdendo, não tem ninguém ganhando a não ser a vereadora Edna. Nós já tivemos muito tempo para analisar, e isso está dando uma repercussão de que eu estou usando essa situação eu estava fazendo autopromoção, usando para fins eleitoreiros e políticos, quando eu estou sendo triturado por uma máquina que coloca dinheiro público em publicidade”, disse o vereador.
Apesar de ser autora do requerimento e constantemente cobrar celeridade na apreciação do mesmo, a própria vereadora Edna votou a favor do requerimento apresentado por Vidal, que garantiu o encaminhamento do pedido de afastamento para a CCJR.
“Eu entendo que haja dúvidas que muitas vezes são casuístas. Eu votei a favor porque fiquei incomodada com o fato de que Paccola gostaria que votasse esse processo de afastamento hoje, como se ele decidisse o que essa casa teria que fazer em um processo que e contra ele”, alegou, apontando que ocorre uma inversão de valores na Câmara.
O vereador Eduardo Magalhães (Republicanos) não ficou satisfeito com o adiamento por entender que já houve tempo hábil para a CCJ se manifestar.
Chico 2000 (PL), por sua vez, disse que chegou à Câmara nesta quinta pronto para votar e se posicionar, mesmo sabendo “da irregularidade que se cometeria”. Nesta linha, avaliou como correto o intuito do requerimento de Vidal. “Eu não poderia me posicionar contra o pedido do Vidal porque traz esse procedimento o mais próximo possível da legalidade de posse do parecer da CCJ”.
Dilemário Alencar (Podemos) afirmou que Edna faz “politicagem chula” em cima do caso. “Isso aqui não é questão de Lula ou Bolsonaro, é questão de vida”, bradou, ao defender que o Parlamento aguarde a conclusão das investigações antes de tomar qualquer decisão.
O pedido de afastamento agora será enviado pela Mesa Diretora a CCJR para emissão de parecer jurídico. Ele deverá retornar ao plenário somente no início do próximo mês, uma vez que o Parlamento Cuiabano entra em recesso a partir de segunda-feira (18).
