Revertendo uma situação histórica, o litro do leite está mais caro que o litro de gasolina. Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) de julho deste ano mostram que valor médio do litro de leite no Brasil aumentou quase 25%. Em Cuiabá, o produto chega a custar até 10 reais nas prateleiras dos mercados, enquanto o litro de gasolina gira em torno de R$ 5,95, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
O aumento do preço do leite se deve a redução das alíquotas de impostos sobre os combustíveis, que já é sentida nos alimentos. O preço do leite disparou com os efeitos do período de entressafra, combinada a oferta menor da bebida no mercado e os custos altos de produção, que geraram a inflação da bebida, e esse cenário deve se estender até setembro ou outubro.
Outro fator que contribui para o aumento do preço da bebida são as pastagens mais secas no campo, fazendo com que a produtividade das vacas diminuísse e a alimentação dos animais, complementada com rações, registrassem acréscimo nos preços ao longo da pandemia.
A situação pesa mais sobre o bolso dos mais pobres, que comprometem uma grande fatia do orçamento familiar na compra de produtos de primeira necessidade, como o leite.
Preço do leite
Desde o início de 2021, o preço do leite pago ao produtor de Mato Grosso vem se aproximando da média Brasil, informa o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Em junho, o diferencial de base MT-SP avançou 2,55% e apresentou uma variação negativa de quase 13%.
Com o avanço do período da seca em MT, a queda na captação da matéria-prima elevou os preços praticados no campo, fazendo com que o preço médio em Mato Grosso aumentasse cerca de 8% em relação ao mês anterior, cotado ao valor médio de R$ 2,02 o litro em julho, enquanto o preço médio brasileiro de leite exibiu um acréscimo de 5% no mesmo período, sendo cotado a R$ 2,31 o litro, segundo o Cepea.
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