Em menos de nove meses, 2022 já superou o número de casos de dengue registrado em todo o ano de 2021, em Mato Grosso. No ano passado, foram notificados 14.157 casos ao longo dos 12 mezes. Este ano, de janeiro até o dia 17 deste mês, já foram 30.195, ou seja, um crescimento de 113.28%.
Como consequência disso, o que também aumentou foi o número de mortes. No ano passado, nove pessoas vieram a óbito. Em 2022, 19 pessoas perderam a vida para a doença. O número é em torno de 110% maior que o total registrado 2021.
Dentre os municípios com mais de 100 mil habitantes, Sinop foi classificada com risco alto e registrou o maior aumento de casos, de acordo com o levantamento da Secretaria de Saúde de Mato Grosso (SES-MT). Até o dia 17 de setembro, foram notificados 2.168 casos, um aumento de 76,2% de notificações em comparação ao ano passado inteiro.
Em Cuiabá, o risco é médio. Um total de 644 casos foram registrados nos nove primeiros meses - ainda incompletos - deste ano. São 54 casos a mais que em 2021, o que representa um aumento de 9,15%.
Em contrapartida, Várzea Grande foi a única cidade que registrou queda e, consequentemente, classificada com risco baixo. Foram 203 casos durante todo o ano passado. Em 2022, de janeiro a setembro, foram 189.
A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, por meio da picada da fêmea, que se reproduz em depósitos de água parada. Desta forma, o período do ano com maior transmissão da doença ocorre nos meses mais chuvosos.
A gerente da Vigilância Epidemiológica de Cuiabá, Flávia Guimarães, afirma que a conscientização da população é fundamental para que os números de notificações diminuam.
“Até o momento estávamos na estiagem, mas quando começa a chuva a possibilidade de aumento é grande facilitando o ambiente para a proliferação do mosquito transmissor. Nós trabalhamos há algum tempo nessa época do ano, através dos agentes, o programa de incentivo à população de tirar pelo menos 10 minutos da semana para olhar seu ambiente, tanto de casa como do trabalho, buscando algum lixo ou recipiente que mantenham água parada e isso é intensificado neste período”, disse.
Prevenção
Além dos cuidados básicos, é preciso criar uma rotina de prevenção, eliminando água armazenada que podem se tornar possíveis criadouros, como em vasos de plantas, galões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, em recipientes pequenos, como tampas de garrafas e até mesmo limpar as calhas da casa para não acumular água.