O preço médio do litro dos combustíveis vendidos nos postos do país teve muita mudanças durante o ano de 2022. Segundo dados coletados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a maior alta do etanol e gasolina foi registrada em abril, já o óleo diesel em julho. E com certeza foi um dos vilões da inflação, mas também um fantasma que assombrou o bolso dos consumidores neste ano.
A queda só veio às véspera das eleições com a Lei Complementar 194/2022, que unificou e reduziu a alíquota do ICMS do combustível. Com isso, de acordo com dados do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Mato Grosso (Sindipetróleo), o consumidor está pagando 30% a menos na gasolina, 27% a menos no etanol e 15% a mais no óleo diesel em comparação com janeiro e dezembro deste ano.
Conforme explicou o Sindipetróleo, o fato de os consumidores estarem pagando 15% a mais no óleo diesel é porque ele é utilizado no mundo todo também como energia para gerar calor. "Em função do boicote à Rússia deixou de exportar o gás dela para Europa fazendo com que o preço ficasse pressionados e esse resultado chegou nas bombas para os mato-grossenses”, explicou Nelson Soares Junior, diretor-executivo do Sindipetróleo.
As variações nos preços foram resultados dos impactos causados pela guerra da Rússia contra a Ucrânia logo no início do ano, o que elevou sobremaneira o preço dos combustíveis. Além disso, teve também o final da pandemia e ações do governo que impactaram diretamente nos preços com a retiradas de impostos. Os estaduais também foram reduzidos.
Conforme dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço do etanol em abril atingiu a média de R$ 5,025, em 511 postos de Mato Grosso. Somente em julho a média caiu para abaixo de R$ 4,00, estabilizando uma redução maior ainda em setembro.
Após o período de eleição em novembro deste ano, os valores começaram a subir novamente. O último dado extraído pelo Sindipetróleo em 20 de dezembro registra que no estado o etanol está em média de R$ 3,55.
Em abril os consumidores também sofreram com a alta da gasolina, as bombas chegaram a registrar R$ 7,06, o que gerou impactos na economia do país, como o aumento no preço dos alimentos. Neste período o óleo diesel estava um pouco mais em conta, porém não era o suficiente, os postos chegaram a vender o produto por R$ 6,90 o litro, meses depois, em julho o preço marcou 7,71.
Em dezembro deste ano o levantamento feito no início do mês registrou nas bombas de Mato Grosso, o valor de R$ 3,65 no etanol, R$ 6,58 no óleo diesel e R$ 5 na gasolina.
Para o próximo ano, o diretor do Sindipetróleo, explica sobre as futuras projeções. “Nós temos um novo governo se instalando, uma nova perspectiva de recessão mundial, não temos perspectiva de como deve terminar o conflito da Rússia com a Ucrânia. A China está passando por problemas de epidemia de covid com desaquecimento da sua economia e isso tudo são fatores que nós devemos considerar no próximo ano, porém esperamos que a gente tenha o bom senso dos nossos governantes de manter os preços mais baixos possíveis”, explicou.
Para 2023
O presidente eleito e diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), decidiu prorrogar a isenção de tributos federais sobre os combustíveis (PIS/Cofins e Cide), mas ainda não está definido o prazo da prorrogação (o mais provável no momento é que seja por dois ou três meses). No entanto, apesar disso, ainda há uma expectativa de aumento no preço do combustível para o próximo ano.
Ainda não se sabe qual vai ser a política do novo governo para tentar segurar os aumentos sucessivos. É preciso saber se ele estará disposto a intervir na política de preço aplicada pela Petrobrás.