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18/01/2023 às 11:33

Mitos e verdades: raspar a língua, tomar colágeno e 'shot para imunidade'

Seja em prol da estética ou da saúde, muitas atitudes tidas como saudáveis sequer têm comprovação científica

Do G1

Mitos e verdades: raspar a língua, tomar colágeno e 'shot para imunidade'

Foto: Reprodução/Pexels

A rotina na internet de várias influenciadoras começa de maneira bem parecida: entram nas redes sociais, tomam café e mostram o dia a dia. Logo pela manhã, exibem ao acordar seus hábitos e rituais - propagandeados como saudáveis. Uns dos mais comuns envolvem raspar a língua, esfoliar o corpo, tomar um "shot para a imunidade" e ingerir colágeno. Mas, afinal, será que funcionam de verdade?

Veja abaixo o que é mito e o que contribui de fato para a saúde, de acordo com os especialistas.

Raspar a língua: VERDADE 

A influencer Mariana Goldfarb, que conta com mais de um milhão de seguidores, é uma das adeptas de raspar a língua com raspadores.

De acordo com a cirurgiã-dentista Gabriela Nicolellis, a prática é mais eficiente do que apenas escová-la e diminui em até 75% a chance de desenvolver mau hálito.

Isso porque na língua fica depositada a saburra, a sujeira branca que contém restos de comida, gordura, células descamadas, proteínas e bactérias.

O material do utensílio não faz diferença no resultado. Pode ser de plástico, cobre ou metal, tanto faz.

O importante é raspar após a higiene bucal, de trás para frente em linha reta para retirar a saburra. Ao fim, enxaguar a boca.

Entre os principais benefícios estão evitar mau hálito, cárie, doenças periodontais, alterações no paladar e doenças oportunistas como o sapinho.

É recomendado raspar duas vezes ao dia, ao acordar e à noite, antes de dormir, já que, durante o sono, há diminuição do fluxo salivar, aumentando a quantidade de bactérias.

Tomar colágeno: MITO 

Vendidos em forma de balinhas de goma, cápsulas e em pó para a diluição em água, o colágeno é tratado por influenciadoras como substância capaz de melhorar o viço da pele.

No entanto, a dermatologista Patrícia Trigo, do Hospital Sepaco, explica que não há estudos demonstrando que ingerir colágeno melhora a aparência.

"O efeito é a nível celular, hidratando as células. Geralmente, ortopedistas indicam para idosos porque pode melhorar as cartilagens, mas é só", Patrícia Trigo, dermatologista do Hospital Sepaco.

Ela ressalta que ingestão da substância sobrecarrega os rins e, caso seja recomendada pelo médico, deve ser como complemento de uma alimentação balanceada.

Para fazer efeito, é preciso tomar por, no mínimo, seis meses e 10 gramas por dia. Essa é a quantidade que costuma vir em sachês.

A quantidade de colágeno em "gominhas" ou cápsulas é muito menor do que o indicado para consumo diário. Ou seja, não funciona.

Esfoliação a seco: MITO 

Já a esfoliação a seco, feita com buchas ou até escovas especiais para isso, não é indicada. A dermatologista Patrícia Trigo explica que esse método pode deixar a pele sensível e agravar questões preexistentes, como ressecamento e espinhas.

Esse tipo de procedimento parece simples, mas precisa ser feito conforme a indicação de um médico, de acordo com o tipo de pele do paciente.

'Shot da imunidade': MITO 

O chamado "shot da imunidade", em geral, é uma mistura de água, limão espremido, própolis e especiarias, como cúrcuma, canela ou gengibre. Influenciadoras costumam tomar em jejum um copo pequeno desse por dia. O gosto pode fazer muitos torcerem o nariz e, segundo especialistas, não tem nenhum efeito na imunidade.

Larissa Cau Carlet, imunologista membro da Doctoralia, explica que esse tipo de preparado não interfere no funcionamento do organismo, e não há pesquisas que comprovem a eficácia.

"Uma alimentação baseada em alimentos muito gordurosos ou com altas doses de bebidas alcoólicas não será compensada com um shot matinal. É algo que leva tempo e exige mudança de hábitos", diz.

De acordo com a médica, em caso de suspeita de uma doença imunológica, é preciso fazer uma avaliação com um especialista para entender o funcionamento dos órgãos e das células do indivíduo

"Imunodeficiências e outras doenças potencialmente graves e fatais requerem tratamentos qualificados", afirma.

Já Telma Sigolo, nutróloga do Hospital Albert Sabin de SP, explica que a cúrcuma tem efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios, e é comumente usada por pessoas com doenças reumáticas ou idosos que enfrentam dores crônicas.

"O consumo em jejum pode facilitar a ação anti-inflamatória porque você potencializa a absorção dos nutrientes, mas um ingrediente sozinho não resolve a vida. Precisa estar dentro de um contexto de vida saudável e equilibrada", explica.
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