O procurador-geral de Justiça, Deosdete Cruz Júnior, disse que o Ministério Público do Estado (MPE) vai entrar com pedidos judiciais para dinamitar as pistas de pouso clandestinas em Mato Grosso. Um levantamento do MapBiomas identificou que quase metade das pistas ilegais na Amazônia Legal estão em MT e são utilizadas, principalmente, para o garimpo em unidades de conservação ou terras indígenas.
“Vamos consultar nossos colegas para em um trabalho de inteligência para identificar quais são, se é clandestina, se não tem autorização da Anac e não tem pedido para regularização, pedirmos ordem judicial para promover detonação dessas pistas”, afirmou Deoesdete.
Nesta semana, o MapBiomas identificou 2869 pistas de pouso na Amazônia, mais do que o dobro das pistas contidas nos registros da ANAC. Pelas coordenadas geográficas, 804 pistas de pouso, ou 28% do total, estão dentro de alguma área protegida: 320 (11%) ficam no interior de Terras Indígenas e 498 (17%) no interior de Unidades de Conservação. Dessas pistas, um total de 1062 estão em Mato Grosso.
“Claro que não vamos conseguir fazer todas ao mesmo tempo, mas se tem uma pista com suspeita de que é utilizada ou para saquear recurso mineral ou tráfico de drogas, vamos destruir essa pista. Temos que criar dificuldade dessas pessoas. Não adianta abertura de auto de infração. Auto de infração não vai resolver, temos que criar dificuldades”, afirmou Deostede”, completou.
O mapeamento das pistas de pouso foi realizado pela Solved, que também lidera o mapeamento de Mineração, Aquicultura e Zona Costeira no MapBiomas. Ele oferece uma base de dados pontual (feita por pares de coordenadas X-Y), que foi construída por interpretação visual de imagens alta resolução (4 metros de resolução - Planet), a partir de mosaicos mensais de 2021 e, em sua primeira versão, sem dissociação entre pistas autorizadas ou não-autorizadas.
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