O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) informou, nesta quarta-feira, 22, que o governo do estado de São Paulo e a prefeitura de São Sebastião foram avisados com antecedência sobre o risco de desastre na cidade devido às fortes chuvas.
Segundo o órgão, que opera sem interrupção, monitorando, em todo o território nacional, as áreas de risco dos municípios classificados como vulneráveis a desastres naturais, o aviso teria sido feito dois dias antes da tragédia, que já vitimou, até o momento, 48 pessoas.
"Um sistema de baixa pressão sobre o litoral norte de São Paulo foi detectado, então o Cemaden conversou com a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec). Nós também convidamos a Casa Militar do governo de São Paulo, que é responsável pela Defesa Civil estadual, fizemos uma reunião e traçamos o cenário, isso na sexta de manhã”, disse em entrevista à CNN o diretor da Cemaden, Osvaldo de Moraes.
Apesar do alerta, que citava a Vila do Sahy, onde mais de 30 pessoas morreram, não houve por parte do governo de São Paulo nem pela Prefeitura de São Sebastião nenhum pedido para que os moradores deixassem suas casas mesmo diante do perigo de deslizamento.
Ao Terra, o governo de São Paulo informou que divulgou avisos sobre a chuva prevista pela Defesa Civil para o final de semana, ressaltando que a quantidade era preocupante e causaria estragos. Mas no comunicado, o governo alertava apenas a respeito do volume de chuvas que poderia alcançar até 250 milímetros.
A Coordenadoria Estadual da Defesa Civil informou, por sua vez, que desde 16 de fevereiro tem emitido alertas e realizado outras ações de comunicação para informar a população sobre os riscos de chuvas intensas na região do Litoral Norte. Ao todo, foram enviados 14 alertas por mensagens de texto (SMS) para mais de 34 mil celulares cadastrados somente na região do Litoral Norte.
A Prefeitura de São Sebastião foi procurada pelo Terra para saber um posicionamento a respeito do assunto, mas não deu resposta até o fechamento desta matéria. Balanço da Defesa Civil aponta que mais de 50 pessoas seguem desaparecidas.
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